Novo ministro da Agricultura suspende licitação de arroz estocado e planeja vender por contrato direto

Koizumi anuncia revisão completa da política de venda de arroz para reduzir preços e atender consumidores; negociações comerciais com EUA também são prioridade.

O recém-empossado ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Shinjiro Koizumi, anunciou que suspenderá temporariamente a licitação prevista para a venda do arroz estocado pelo governo, optando por revisar o método para contratos diretos com compradores específicos. A decisão visa enfrentar a alta persistente dos preços do arroz, que têm impactado significativamente os consumidores japoneses.

Suspensão da licitação e revisão da política de venda
Koizumi revelou que, por orientação do primeiro-ministro Ishiba, o governo começará a considerar contratos diretos (chamados de “zuijikeiyaku”) para a venda do arroz estocado, em vez do tradicional processo de licitação competitiva. Ele instruiu sua equipe a analisar rapidamente as condições para essa nova modalidade, buscando baixar os preços do arroz e atender melhor a demanda do mercado.

O ministro enfatizou a necessidade de uma abordagem radical e inovadora, incluindo a possibilidade de liberar o estoque de arroz sem limites caso haja demanda, para conter a alta dos preços. Além disso, Koizumi afirmou que pretende ampliar o leque de compradores para esses contratos, incluindo supermercados e redes de alimentação fora do lar.

Contexto do aumento dos preços do arroz
Koizumi destacou que em algumas regiões os preços do arroz dobraram em relação ao ano anterior, o que tem gerado grande preocupação entre os consumidores. Ele ressaltou que o foco não deve ser apenas a queda em relação ao pico atual, mas sim o retorno a níveis anteriores à alta abrupta.

O primeiro-ministro Ishiba também comentou que o preço do arroz deveria estar na faixa dos 3.000 ienes por unidade, e Koizumi concordou que, apesar de esse valor ainda ser alto para algumas regiões, é importante trabalhar para estabilizar os preços e aliviar o impacto no orçamento familiar.

Planos para a política agrícola e negociações comerciais
Koizumi afirmou que, além de baixar os preços do arroz, o ministério pretende desenvolver estratégias para lidar com eventuais excedentes, como ampliar exportações e criar novas demandas. Também destacou a importância de fortalecer a rede de segurança para os agricultores.

Sobre as negociações comerciais com os Estados Unidos, Koizumi afirmou que o governo japonês atuará para proteger os interesses agrícolas nacionais, especialmente diante das tarifas impostas pelo governo Trump. O ministro da Revitalização Econômica, Akazawa, está em Washington para negociações ministeriais, e Koizumi espera que os resultados sejam benéficos para ambos os países, sem sacrificar o setor agrícola japonês.

Experiência e desafios do ministro Koizumi
Koizumi, eleito seis vezes para a Câmara dos Deputados pelo distrito 11 de Kanagawa, tem experiência na reforma do grupo cooperativo agrícola JA, tendo atuado como chefe do departamento agrícola do Partido Liberal Democrata. Ele já enfrentou resistências internas para promover mudanças visando maior eficiência e foco no consumidor.

Em sua primeira coletiva após a posse, Koizumi afirmou estar comprometido em atuar com rapidez e determinação para resolver a crise dos preços do arroz, assumindo o papel de “ministro responsável pelo arroz”. Ele destacou a importância de decisões independentes, sem influência de grupos de interesse, para restaurar a confiança dos consumidores e produtores.

Expectativas para o futuro
O governo enfrenta o desafio de equilibrar a redução dos preços do arroz com a sustentabilidade do setor agrícola. A suspensão da licitação e a revisão para contratos diretos representam uma mudança significativa na política de gestão do estoque público de arroz.

Com o apoio do primeiro-ministro Ishiba, que pediu liderança forte para resolver os problemas acumulados na administração agrícola, Koizumi terá papel central para conduzir reformas e garantir estabilidade no mercado de alimentos, além de proteger os agricultores em meio às negociações comerciais internacionais.