Ministro Shinjiro Koizumi promete vender arroz a metade do preço médio nas prateleiras e amplia esforços para estabilizar mercado.
O governo começou a vender diretamente 300 mil toneladas de arroz provenientes de estoques públicos, em uma medida emergencial para conter a disparada dos preços do alimento básico no país. A iniciativa, anunciada pelo novo ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, visa disponibilizar o arroz nas prateleiras dos supermercados a preços inferiores a metade do valor médio atual, com uma meta de cerca de 2.000 ienes (aproximadamente 14 dólares) por pacote de 5 quilos a partir do início de junho.
A venda direta por meio de contratos com grandes redes varejistas, como supermercados, substitui o sistema tradicional de leilões, que vinha sendo criticado por favorecer grupos agrícolas e não conseguir reduzir efetivamente os preços ao consumidor final. O arroz a ser comercializado foi colhido em 2021 e 2022 e será vendido a um preço médio pré-imposto de 10.700 ienes por 60 quilos, com o governo arcando com os custos de transporte para regiões mais distantes.
Além da venda direta, o ministério avalia ampliar a distribuição por meio de vendas online, contando com parcerias com empresas de tecnologia e comércio eletrônico, como a Rakuten e a LY Corp., operadora do aplicativo Line. Essa estratégia busca ampliar o acesso ao arroz a preços acessíveis para uma parcela maior da população.
Koizumi assumiu o cargo após a renúncia de seu antecessor, Taku Eto, que causou polêmica ao afirmar que nunca precisou comprar arroz, pois recebia o alimento como presente de apoiadores, gerando forte reação pública em meio à alta histórica dos preços. O novo ministro declarou que o governo precisa agir com rapidez e urgência para dissipar as preocupações da população e evitar que os consumidores deixem de consumir arroz, o que prejudicaria tanto os consumidores quanto os produtores.
Para coordenar as ações, o ministério formou uma força-tarefa nacional com cerca de 500 integrantes, responsável por monitorar e responder aos problemas decorrentes da alta dos preços do arroz. Grandes redes varejistas que comercializam mais de 10 mil toneladas receberão contratos diretos para aquisição do produto.
A alta dos preços do arroz vem causando preocupação desde o início de 2025, com o preço médio nas lojas alcançando 4.285 ienes por 5 quilos em meados de maio, quase o dobro do registrado no ano anterior. A elevação é atribuída a uma colheita ruim em 2023, aumento dos custos de insumos e falhas no sistema de distribuição.
O governo também anunciou um aumento de 6% na área plantada para arroz de consumo principal, atingindo o maior nível dos últimos cinco anos, com 1,334 milhão de hectares cultivados, o que deve contribuir para a estabilização da oferta no médio prazo.