PIB do Japão pode chegar à ¥1.000 trilhões até 2040, diz primeiro-ministro Ishiba

Plano será parte da plataforma eleitoral do partido governista nas eleições de verão.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou nesta segunda-feira (3) que o país deve buscar elevar seu Produto Interno Bruto (PIB) nominal para 1.000 trilhões de ienes (cerca de US$ 7 trilhões) até 2040. A meta deve integrar o programa eleitoral do Partido Liberal Democrata (PLD) nas eleições para a Câmara Alta, previstas para este verão.

Atualmente, o PIB nominal japonês gira em torno de 600 trilhões de ienes, valor que cumpre uma meta definida há cerca de dez anos. No entanto, em 2023 o Japão perdeu o posto de terceira maior economia do mundo para a Alemanha, o que acendeu um alerta entre os governistas.

Ishiba afirmou que, além do crescimento do PIB, pretende garantir que os salários cresçam acima da inflação de forma contínua, com um aumento médio de mais de 50% na renda da população até 2040.

“Quero mostrar ao povo japonês o que significa, na prática, ter uma economia forte”, disse o primeiro-ministro em coletiva. “Determinei que a meta de ¥1.000 trilhões de PIB e aumento de mais de 50% na renda média estejam no topo das nossas promessas eleitorais.”

A oposição, por sua vez, busca conquistar eleitores propondo alívio imediato para a inflação, incluindo a suspensão temporária do imposto sobre o consumo de alimentos, atualmente em 8%, além da distribuição de auxílios em dinheiro.

O líder do Partido Democrático Constitucional, Yoshihiko Noda, disse que o combate à inflação será o foco principal da legenda nas eleições, que renovarão metade das 248 cadeiras da Câmara dos Conselheiros.

Apesar da pressão, Ishiba se mostrou cauteloso sobre cortar impostos como forma de aliviar a inflação. Já o chefe eleitoral do PLD, Seiji Kihara, afirmou que o partido considera distribuir ajuda financeira com base em superávits da arrecadação tributária, como parte de sua plataforma oficial.

A economia japonesa teve crescimento em 2024, mas ainda enfrenta desafios com a desvalorização persistente do iene e a inflação puxada pelos custos.