Custo de matérias-primas, logística, energia e escassez de mão de obra impulsionam nova onda de reajustes, segundo a Teikoku Databank
O número de alimentos e bebidas que devem sofrer aumento de preços no Japão em 2025 pode ultrapassar a marca de 20 mil itens pela primeira vez em dois anos. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (23) pela empresa de pesquisas de crédito Teikoku Databank Ltd., que aponta os altos custos com matérias-primas, logística, energia e mão de obra como os principais responsáveis pela nova onda inflacionária.
Somente no mês de julho, 195 grandes fabricantes de alimentos anunciaram reajustes em 2.105 produtos, como temperos e petiscos, um aumento cinco vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com a pesquisa, já foram anunciados aumentos para 18.697 itens até novembro, e a tendência é que os reajustes se prolonguem “por tempo indeterminado”, segundo a análise da Teikoku Databank.
Categorias mais impactadas
- Temperos e condimentos (como caldo e roux de curry): 6.108 itens
- Bebidas alcoólicas e não alcoólicas: 4.483 itens
- Alimentos processados (como refeições congeladas e arroz pré-cozido): 4.138 itens
Além da alta no preço das matérias-primas, a pesquisa destaca o impacto de custos crescentes com energia elétrica e salários, devido à escassez de mão de obra no setor alimentício.
Com as flutuações no preço do petróleo causadas pelas tensões no Oriente Médio, a Teikoku Databank também alertou para o risco de novos aumentos derivados da energia:
“Precisamos ficar atentos a aumentos de preços vinculados ao setor energético”, alertou a empresa.
Histórico recente
- Em 2023, o Japão registrou 32.396 itens alimentícios com aumento de preços.
- Em 2024, o número caiu para 12.520, indicando uma desaceleração temporária.
- Para 2025, o número pode voltar a crescer significativamente, superando os 20 mil itens, caso se mantenha o ritmo atual.
A contínua pressão inflacionária tem despertado preocupações entre consumidores e analistas, especialmente em um cenário de salários ainda relativamente estáveis. A expectativa é que o governo japonês acompanhe a evolução dos preços e tome medidas de apoio para minimizar o impacto no custo de vida.
Com informações via Mainichi Shimbun