Salários e gastos domésticos sobem no Japão, mas inflação ainda pressiona pequenos negócios

Japão doações em dinheiro

Em maio, os gastos das famílias no Japão tiveram o maior aumento desde 2022, impulsionados por alimentos como massas e vegetais frescos.

Em maio, os gastos de lares japoneses registraram um aumento significativo, o primeiro em dois meses, conforme dados do Ministério do Interior e Telecomunicações do Japão. Os gastos em lares com duas ou mais pessoas, ajustados pela inflação, subiram 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, marcando o maior aumento registrado desde agosto de 2022. A média dos gastos ficou um pouco acima dos 316.085 ienes, ou cerca de 2.200 dólares.

Os gastos com alimentação aumentaram 1%, apesar de uma queda de 8,2% nos gastos com arroz – a maior desde novembro de 2022. Em contraste, os gastos com massas subiram 7,6%, e com legumes e verduras frescos aumentaram 3,7%. As autoridades do ministério atribuem a diminuição no consumo de arroz e carne aos preços elevados, enquanto consumidores optaram por itens menos afetados pela inflação, como massas e vegetais.

Aumentos Salariais Acima do Previsto, mas Desafios Persistem para MPMEs

Paralelamente, o maior grupo trabalhista do Japão informou que as médias dos aumentos salariais foram mais altas do que o previsto nas negociações da primavera. A remuneração mensal teve uma alta média de 5,25%, de acordo com dados atualizados em 1º de julho de 5.100 empresas. Essa taxa representa um aumento de 0,15 ponto percentual em comparação ao ano passado e excedeu a meta de 5% estabelecida pela Confederação Sindical do Japão (Rengo).

No entanto, o Rengo destaca que empresas com menos de 300 empregados aumentaram os salários em média apenas 4,65%, não atingindo a meta de 6% prevista pela confederação. O grupo trabalhista explica que as empresas menores enfrentaram uma demanda morosa com a subida dos preços ao consumidor, por não terem conseguido repassar os custos mais altos.

Enquanto isso, a Federação de Negócios do Japão, ou Keidanren, divulgou que os bônus de verão das principais empresas japonesas foram, em média, de aproximadamente 990.000 ienes, cerca de 6.800 dólares. Esse valor representa um aumento de 4,37% em relação ao do ano passado em termos de ienes, indicando um aumento pelo quarto ano consecutivo. Este é o valor mais alto desde que a federação iniciou a pesquisa pelo método atual, introduzido em 1981.

Esse cenário demonstra uma recuperação econômica em andamento no Japão, impulsionada pelo consumo e por aumentos salariais significativos em grandes corporações. Contudo, a disparidade nos reajustes salariais e a dificuldade das MPMEs em lidar com a inflação indicam que a recuperação ainda não é uniforme em todos os setores da economia japonesa.