Montadora japonesa transferirá operações para Kyushu como parte de plano de reestruturação global
A montadora japonesa Nissan anunciou nesta terça-feira (15) que vai encerrar a produção de veículos na tradicional fábrica de Oppama, localizada em Kanagawa, próxima a Tóquio, até o final do ano fiscal de 2027. A produção será transferida para sua subsidiária Nissan Motor Kyushu, no sudoeste do Japão, como parte de um amplo plano de reestruturação.
A decisão visa reduzir a capacidade global de produção da empresa, que passa por dificuldades financeiras. A meta é diminuir a produção global (excluindo a China) de 3,5 milhões para 2,5 milhões de veículos e cortar cerca de 20 mil empregos no mundo todo. Em 2024, a Nissan registrou um prejuízo líquido de 670,9 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 4,5 bilhões), impactada por vendas fracas nos Estados Unidos e na China.
O CEO da Nissan, Ivan Espinosa, reconheceu que a decisão é difícil, mas necessária:
“A Nissan tomou uma decisão difícil, mas acredito que é um passo essencial para superar nossos desafios atuais e construir um futuro sustentável.”
Além do fechamento da planta de Oppama, a empresa também vai encerrar as atividades da fábrica de Shonan, operada pela Nissan Shatai, também em Kanagawa. No entanto, segundo Espinosa, não há planos para encerrar outras unidades no Japão.
A fábrica de Oppama, localizada na cidade de Yokosuka, tem grande importância histórica. Foi inaugurada em 1961 e abriga a produção do Nissan Leaf, o primeiro carro elétrico de produção em massa do mundo, lançado em 2010. Atualmente, a unidade fabrica o compacto Nissan Note.
Apesar do fim da produção de veículos, a Nissan informou que manterá em funcionamento outras instalações no complexo de Oppama, como o centro de pesquisa, pista de testes, área de testes de colisão e porto de embarque.
Cerca de 2.400 trabalhadores serão afetados pela mudança. A montadora afirmou que iniciará negociações com o sindicato para discutir o futuro desses funcionários.
A empresa também estuda, com parceiros, possíveis novos usos para as instalações da fábrica após 2027.
Essa medida faz parte da estratégia da Nissan de reduzir o número de fábricas globais de 17 para 10 até 2027, buscando tornar sua operação mais eficiente e adaptada às novas demandas do mercado automotivo.