Especialistas japoneses realizam treinamentos na Ucrânia com uso de detectores ALIS para ajudar na remoção de minas terrestres em meio à guerra com a Rússia.
Especialistas do Japão estão atuando na Ucrânia para ajudar na remoção de minas terrestres, em meio à guerra com a Rússia. Autoridades da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e outros técnicos realizaram um treinamento em Kiev, nesta semana, com foco no uso do detector de minas ALIS, desenvolvido por pesquisadores japoneses.
O treinamento contou com a participação de membros do Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia, que operaram os detectores fornecidos pelo Japão. O equipamento ALIS é equipado com radar de penetração no solo, permitindo localizar minas enterradas com maior precisão. Segundo as autoridades, cerca de 50 dispositivos ALIS já foram enviados à Ucrânia.
De acordo com estimativas do governo ucraniano, aproximadamente 30% do território do país está contaminado com minas terrestres e explosivos não detonados, um legado tanto da invasão russa iniciada em 2022 quanto de conflitos anteriores. Desde o início da atual guerra, 335 pessoas já morreram em incidentes relacionados a esses artefatos.
O professor emérito da Universidade de Tohoku, Sato Motoyuki, inventor do detector ALIS e veterano em operações de desminagem no Camboja, também participou da missão. Ele alertou sobre a gravidade da situação ucraniana:
“Ao contrário do Camboja, onde o conflito já terminou, na Ucrânia as minas continuam sendo colocadas uma após a outra. A situação é muito mais complexa.”
Autoridades ucranianas ressaltaram que ainda encontram artefatos explosivos remanescentes até da Segunda Guerra Mundial e, ocasionalmente, até da Primeira Guerra. O processo de limpeza total pode levar décadas.
A cooperação japonesa integra os esforços humanitários internacionais voltados para a reconstrução da Ucrânia, oferecendo não apenas equipamentos, mas também conhecimento técnico para garantir a segurança da população civil em áreas afetadas pela guerra.
Com informações via NHK World