Japão desenvolve robô humanoide para resgate em desastres com tecnologia 100% nacional

Parceria entre Murata, Universidade Waseda e outras empresas busca retomar liderança japonesa em robótica com criação de robô forte, alto e ágil para operações de resgate

O Japão deu um passo importante para retomar sua posição de destaque na robótica mundial. A fabricante de eletrônicos Murata Manufacturing Co., a Universidade Waseda e outras duas empresas japonesas anunciaram no fim de junho uma parceria para criar um robô humanoide especializado em missões de busca e resgate.

O projeto envolve também a Tmsuk Co., fabricante de robôs com sede em Kyoto, e a empresa de tecnologia Sre Holdings Corp., de Tóquio. O objetivo é desenvolver um robô totalmente feito com componentes nacionais – como sensores e instrumentos de precisão –, algo inédito na área.

O robô deve ter 3 metros de altura, pesar cerca de 300 quilos, andar a uma velocidade de até 5 km/h e carregar mais de 100 quilos. Com um país propenso a terremotos e enchentes, e enfrentando o envelhecimento da população, os criadores acreditam que o Japão precisa de robôs capazes de substituir humanos em situações de risco.

“Queremos construir um robô mais forte que um ser humano e que possa mover escombros”, afirmou Yoichi Takamoto, presidente da Tmsuk, em coletiva de imprensa.

O Japão já foi referência mundial em robótica. Em 1973, a Universidade Waseda criou o WABOT-1, o primeiro robô bípedo em tamanho real. Décadas depois, a Honda lançou o famoso robô ASIMO, cuja última versão foi apresentada em 2011.

Agora, os quatro parceiros pretendem lançar um modelo piloto até o fim de 2026 e iniciar a produção em escala até março de 2029. O projeto é visto como uma tentativa de competir com fabricantes dos Estados Unidos e da China.

“Existem muitas tecnologias no Japão das quais podemos nos orgulhar”, disse Tomotsugu Oba, gerente da Murata na área de robótica móvel. Segundo ele, essa iniciativa é “o primeiro passo para o Japão voltar ao cenário global”.

Atualmente, não há robôs humanoides no mundo capazes de substituir humanos em operações de busca e salvamento, segundo os envolvidos no projeto.