Fukuyama cria curso de japonês para trabalhadores estrangeiros e promove inclusão

Com apoio da universidade local, cidade no Japão busca garantir segurança e integração de imigrantes em meio à escassez de mão de obra

A cidade de Fukuyama, no oeste do Japão, deu um importante passo para a inclusão de trabalhadores estrangeiros com o lançamento de um novo curso de língua japonesa voltado a imigrantes. A iniciativa, anunciada em junho pela Câmara de Comércio e Indústria de Fukuyama, será realizada em parceria com a Universidade da Cidade de Fukuyama.

“Esperamos que os trabalhadores estrangeiros possam atuar em um ambiente onde sua segurança e tranquilidade estejam garantidas”, afirmou Narikazu Komaru, presidente da câmara, durante a coletiva de imprensa. Segundo ele, a proposta é oferecer apoio real aos imigrantes que já se tornaram peça-chave na economia local.

Com a queda acelerada da população em idade ativa no Japão, o papel dos trabalhadores estrangeiros é cada vez mais essencial. Em 2024, o país registrou cerca de 2,3 milhões de imigrantes empregados — número recorde segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. A maioria atua na indústria de manufatura, sendo muitos deles participantes dos programas de Treinamento Técnico e de Trabalhador Especializado.

Um exemplo desse novo cenário vem da empresa Innoshima Tekko Ltd., especializada em construção naval de Innoshima, também em Hiroshima. Lá, quase metade dos 90 funcionários é formada por estrangeiros, principalmente da Indonésia e do Vietnã.

Entre eles está Suwatno, de 38 anos, natural de Java, na Indonésia. Ele chegou ao Japão em 2008 como estagiário técnico e voltou em 2023 com o visto de Trabalhador Especializado. Após ser aprovado para o nível 2 da categoria, que permite permanência indefinida e reunião familiar, ele agora atua como gerente e mentor de outros estrangeiros. “Quero continuar aqui por muito tempo. Meu sonho é trazer minha família para vivermos juntos”, contou com um sorriso.

A empresa não apenas oferece aulas de japonês durante os intervalos, como também fornece alojamento, espaços de oração para muçulmanos, transporte para hospitais e até reduziu os custos de moradia devido à desvalorização do iene.

“Hoje, ver os trabalhadores estrangeiros ficando por anos e passando seus conhecimentos nos dá orgulho e motivação”, declarou Yu Fukushima, responsável pelas operações internacionais da empresa.

A construção de uma mesquita está nos planos da empresa, que reconhece, no entanto, que há desafios que vão além do setor privado — como a falta de moradias para estrangeiros e escolas para seus filhos.

Diante disso, os representantes da câmara e das empresas esperam que o governo japonês também atue para criar melhores condições para que esses trabalhadores possam viver com dignidade e contribuir ainda mais para a sociedade japonesa.