Comportamento financeiro afeta imagem de parceiros românticos; gastar com jogos supera até apostas como fator de rejeição.
Uma pesquisa realizada pela empresa japonesa de serviços de recrutamento Biz Hits revelou que o comportamento financeiro pode afetar diretamente a atratividade em relacionamentos românticos. Entre os 505 participantes, a maioria acredita que os hábitos de gasto e economia de um parceiro influenciam significativamente a dinâmica amorosa.
Para 63,7% dos entrevistados, os hábitos financeiros têm grande impacto na relação, enquanto 31,9% apontam influência moderada. Apenas 0,6% disseram não se importar com essas questões.
A maior surpresa do levantamento foi o fato de que gastar dinheiro com videogames apareceu como o principal fator de desinteresse, citado por 13,3% dos participantes, superando inclusive apostas, que tradicionalmente ocupam o topo das pesquisas sobre comportamentos indesejáveis em parceiros. Apostar dinheiro foi citado por 9,1%, seguido por “gastar mais do que pode”, com 6,7%.
Segundo os pesquisadores, esse resultado pode estar ligado à ascensão dos jogos “gacha” ou loot boxes, onde os jogadores fazem compras dentro de jogos para acessar conteúdos aleatórios e raros — modelo considerado semelhante ao das apostas. Ainda que o usuário sempre receba algo em troca, há frustração quando o item adquirido não é satisfatório, dificultando a compreensão por quem não é adepto da prática.
Casos reais reforçam a preocupação. Uma mulher na faixa dos 20 anos relatou: “Emprestei dinheiro ao meu namorado porque ele disse que estava sem grana, mas depois gastou tudo com compras no jogo.” Já um homem nos seus 30 afirmou: “Fiquei surpreso ao ver minha namorada gastar mais de 10 mil ienes de uma só vez com um jogo.”
Apesar disso, o estudo indica que o importante é a compatibilidade entre os estilos de vida dos parceiros. Curiosamente, queixas como insistência excessiva em dividir tudo 50/50, presentes de baixo valor e obsessão por economia excessiva também apareceram entre os hábitos rejeitados.
No fim das contas, mesmo que amor não se compre, a forma como se gasta pode influenciar, e muito, na vida a dois.