Prisões por prostituição de rua em Kabukicho dobram em 2025; maioria das envolvidas tem dívidas com clubes de hosts e atua de forma independente.
A prostituição de rua no distrito de Kabukicho, em Shinjuku (Tóquio), tem registrado uma preocupante escalada em 2025. Segundo informou a polícia metropolitana no dia 24 de julho, 75 mulheres foram presas nas imediações do parque Okubo apenas no primeiro semestre deste ano — mais que o dobro do mesmo período em 2024.
A média de idade das detidas é de 25 anos, sendo que nove são adolescentes, número expressivamente maior que o único caso registrado no ano anterior. A maioria das mulheres presas tem vínculo atual ou anterior com a indústria do sexo, e seis delas são estudantes universitárias.
Segundo as investigações, mais de 40% das mulheres relataram ter entrado na prostituição para pagar dívidas com clubes de hosts, ambientes populares entre jovens mulheres no Japão, onde gastam grandes somas de dinheiro com acompanhantes masculinos.
Cerca de 80% das envolvidas já atuavam ou atuaram em casas de entretenimento adulto, mas decidiram trabalhar de forma independente, por considerarem mais rápido e rentável.
Um caso emblemático envolveu quatro mulheres na faixa dos 20 anos, presas em 22 de julho por solicitação de sexo a turistas estrangeiros, prática que tem crescido no local. Elas admitiram o crime e disseram se sentirem mais seguras abordando estrangeiros por considerarem improvável que sejam policiais à paisana.

As abordagens teriam ocorrido entre maio e junho nas redondezas do parque, com foco principalmente em turistas taiwaneses. A polícia recebeu cerca de 50 denúncias relacionadas ao grupo desde outubro do ano passado, incluindo relatos de disputas com clientes.
As mulheres utilizavam grupos de bate-papo online para compartilhar fotos de policiais disfarçados e evitar prisões. Os valores cobrados pelas transações variavam de 20 mil a 30 mil ienes (R$ 700 a R$ 1.050), com uma das mulheres atendendo até cinco clientes por dia e lucrando mais de 110 milhões de ienes (cerca de R$ 3,9 milhões) em dois anos.
Diante do aumento do turismo e da exploração do setor por redes informais, as autoridades cogitam emissão de alertas nos pontos de imigração e reforçam parcerias com organizações de assistência social, diante dos casos de vulnerabilidade financeira.
Com informações via Asahi Shimbun