Equipe japonesa usou inteligência artificial e imagens aéreas para identificar novos geoglifos humanos, animais e geométricos no sítio de Nazca, no Peru.
A Universidade de Yamagata, em parceria com a IBM Research, anunciou a descoberta de 248 novos geoglifos nas famosas Linhas de Nazca, no Peru, Patrimônio Mundial da UNESCO. O anúncio foi feito em 28 de julho, durante coletiva no Pavilhão do Peru, na Expo Osaka-Kansai, no Japão.
Segundo o professor Masato Sakai, especialista em antropologia cultural e líder da pesquisa, os geoglifos “não foram dispostos aleatoriamente”. Ele explicou que muitos deles parecem ter sido organizados em temas específicos, sugerindo que as figuras funcionavam como um tipo de meio de comunicação para transmitir memórias e crenças da cultura Nazca.
Descoberta com IA e imagens aéreas
O trabalho de campo foi realizado entre 2023 e 2024 e usou imagens aéreas e inteligência artificial para identificar as figuras no planalto de Nazca, que se estende por 20 km (leste-oeste) e 15 km (norte-sul).
Dos 248 novos geoglifos, 160 são figurativos, com representações de humanos, animais como condores, cenas de sacrifício e sacerdotes. Outros 88 são figuras geométricas. As figuras têm em média 10 metros de comprimento e foram encontradas ao longo de mais de 100 caminhos estreitos na região.
Entre os exemplos citados pelos pesquisadores estão trilhas que reúnem apenas figuras de animais domesticados como lhamas, outras dedicadas a aves de rapina e caminhos com imagens ligadas a sacrifícios humanos, incluindo cabeças decapitadas.
Com a nova descoberta, o número total de geoglifos figurativos identificados nas Linhas de Nazca chega a 893, sendo que 781 foram detectados pelo projeto conjunto entre Yamagata e IBM.
Exposição no Japão
Até o final da Expo Osaka-Kansai, os visitantes podem ver fotos e vídeos dos geoglifos recém-descobertos no Pavilhão do Peru. Em início de agosto, peças de cerâmica da era da cultura Nazca serão exibidas pela primeira vez no Japão.
“As Linhas de Nazca são um dos maiores legados arqueológicos do mundo e este estudo mostra como a tecnologia pode ampliar nosso entendimento sobre culturas antigas”, disse Sakai.
Com informações via Asahi Shimbun