Governo do Japão muda política e incentiva aumento da produção de arroz

Diante da alta nos preços e da escassez, o primeiro-ministro Ishiba anuncia medidas para estimular o cultivo e garantir o abastecimento

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou nesta terça-feira (5) uma mudança histórica na política agrícola do país: em vez de limitar a produção de arroz, o governo agora vai incentivar o aumento do cultivo para combater a escassez e a alta dos preços.

Por décadas, o Japão adotou medidas para reduzir a produção de arroz, incluindo subsídios para que agricultores plantassem outros produtos em parte de seus campos. O objetivo era controlar a oferta e manter os preços estáveis. No entanto, esse modelo foi oficialmente encerrado e substituído por uma estratégia de estímulo ao crescimento da produção.

Segundo autoridades, a demanda por arroz aumentou nos últimos anos, impulsionada principalmente pelo crescimento do turismo estrangeiro. A produção, no entanto, não acompanhou esse ritmo, gerando escassez e aumento nos preços desde o verão de 2024. Em resposta, o governo chegou a liberar parte dos estoques emergenciais para estabilizar o mercado.

O ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, destacou a importância de apoiar os agricultores:

“Devemos apoiar aqueles que estão dispostos a plantar mais arroz do que cultivam atualmente”, afirmou durante coletiva de imprensa.

Entre as ações previstas para aumentar a produção, estão:

  • Aproveitamento de terras agrícolas abandonadas;
  • Apoio para ampliar os canais de venda do arroz;
  • Estímulo às exportações, como parte de uma estratégia maior para promover os produtos agrícolas japoneses no exterior.

Apesar da liberação dos estoques ter ajudado a controlar os preços, governadores locais alertam para o risco de excesso de oferta, o que poderia derrubar os preços a níveis insustentáveis para os produtores.

Na última semana de julho, o preço do arroz caiu para 3.467 ienes (cerca de R$ 124) por 5 kg, após ter ultrapassado 4.000 ienes anteriormente. Mesmo assim, o valor continua acima do registrado no mesmo período do ano passado.