Governo japonês revisa protocolo de emergência e recomenda que empresas e municípios mantenham operações após alertas sísmicos.
O governo japonês anunciou em 7 de agosto de 2025 uma revisão significativa nas diretrizes de resposta a emergências sísmicas relacionadas à Fossa de Nankai, uma das zonas de maior risco geológico do país. A medida busca evitar confusões e prejuízos econômicos como os registrados após o primeiro alerta oficial emitido em agosto de 2024, quando um terremoto de magnitude 7.1 atingiu a costa de Miyazaki.
As novas diretrizes, divulgadas pelo Gabinete do Japão, orientam que empresas, governos locais e operadores de transporte não precisam suspender suas atividades quando um “Megaquake Advisory” for emitido, alerta para terremotos entre magnitude 7.0 e 7.9. Pelo contrário, o governo afirma que é preferível manter eventos e operações, desde que sejam tomadas medidas de segurança adequadas.
A revisão foi motivada por episódios como o de Shirahama, em Wakayama, onde praias foram fechadas e trens suspensos após o alerta de 2024, gerando cancelamentos de mais de 5.800 reservas e prejuízos estimados em ¥510 milhões (US$ 3,5 milhões). O prefeito Yasuhiro Oe justificou a decisão com a frase: “A segurança dos turistas vem em primeiro lugar.”
Em Nichinan, Miyazaki, autoridades reconheceram falhas na comunicação com a população, que interpretou o alerta como uma previsão concreta de terremoto iminente. Desde então, a cidade reformulou sua estrutura de gestão de crises e criou um sistema de comunicação direta com os moradores.
Segundo o Japan News, o governo também recomenda que os cidadãos mantenham documentos pessoais e dinheiro acessíveis, reforcem estoques de emergência e fixem móveis, como parte das “preparações especiais” em caso de alerta.

A Fossa de Nankai, localizada entre as costas de Shizuoka e Miyazaki, tem 80% de chance de gerar um megaterremoto de magnitude 8 ou 9 nos próximos 30 anos, segundo o Comitê de Pesquisa de Terremotos do Japão. Em um cenário extremo, o número de fatalidades pode chegar a 298 mil, com tsunamis de até 30 metros em algumas áreas costeiras.
A nova abordagem busca equilibrar segurança e continuidade socioeconômica, evitando pânico desnecessário e promovendo preparação consciente. A professora Mayumi Sakamoto, da Universidade de Hyogo, elogiou a mudança: “O alerta não é uma previsão exata, mas um chamado à preparação. A nova diretriz é mais prática e educativa.”
Com informações do Japan News e Asahi Shimbun