Quase metade dos abrigos no Japão não atendem padrões mínimos de espaço e banheiros

Levantamento revela que falta de orçamento e estrutura impede municípios de seguirem diretrizes atualizadas para abrigos em desastres naturais

Uma pesquisa recente realizada pela agência Kyodo News revelou que quase metade dos municípios japoneses não consegue atender aos padrões mínimos exigidos pelo governo para abrigos de emergência, especialmente no que diz respeito ao número de banheiros e ao espaço de convivência por pessoa.

A pesquisa foi realizada entre junho e julho deste ano e contou com a participação de 96% dos 1.741 responsáveis por cidades, distritos, vilarejos e bairros que administram abrigos no país. O resultado mostrou que 49% desses locais não cumprem as diretrizes nacionais atualizadas em dezembro de 2024.

Essas diretrizes agora seguem os padrões internacionais Sphere, voltados para ações humanitárias. Segundo as regras, cada abrigo deve oferecer pelo menos 3,5 metros quadrados por pessoa e um banheiro para cada 50 pessoas no estágio inicial de um desastre.

A falta de recursos financeiros e de espaço físico foram apontadas como os principais motivos para o descumprimento das normas. 58% dos entrevistados citaram a dificuldade em obter orçamento e outros 58% apontaram o desafio de armazenar ou usar estruturas em períodos normais. Além disso, 13% mencionaram a falta de pessoal ou conhecimento técnico para administrar os abrigos.

No caso dos banheiros, apenas 8% disseram que planejam se adequar em breve, enquanto para o espaço mínimo por pessoa, somente 2% têm planos definidos.

Já entre os que disseram não ter prazo ou condições para se adequar, os números são preocupantes: 40% no caso dos banheiros e 47% para o espaço por pessoa.

Mesmo entre os municípios que possuem um número suficiente de abrigos, 50% admitiram que cada abrigo individualmente é pequeno demais para garantir o mínimo de espaço exigido. Outros 32% disseram não ter abrigos suficientes para abrigar todos os moradores em caso de emergência.

O Japão é um país altamente vulnerável a terremotos, tsunamis e outras catástrofes naturais. Por isso, a qualidade dos abrigos de emergência é considerada crucial para salvar vidas. Especialistas alertam que más condições nos abrigos podem representar riscos sérios à saúde e à segurança das pessoas deslocadas, principalmente idosos, crianças e pessoas com deficiência.