Projeto FL 360, apresentado na TICAD 2025, usa QR codes em camisetas para conectar consumidores aos produtores de algodão em países como Zâmbia.
Durante a 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (Ticad), realizada em Yokohama a partir de 20 de agosto, o executivo japonês Nozomu Kobayashi apresentou um projeto inovador que une moda, tecnologia e impacto social.
À frente da empresa FL 360 (Pty) Ltd., afiliada da Mitsui & Co., Kobayashi está lançando uma marca própria de roupas com foco em algodão cultivado por pequenos agricultores africanos, especialmente em países como Zâmbia
As camisetas exibidas no estande da Mitsui & Co. são feitas com algodão rastreável. Cada peça traz um QR code na etiqueta, que permite ao consumidor:
- Ver onde o algodão foi produzido
- Conhecer os agricultores envolvidos
- Entender os desafios enfrentados por cada produtor
- Escolher formas de apoio, como subsídios agrícolas ou instalação de luzes solares em escolas
- Acompanhar o impacto local por meio de fotos e atualizações digitais
Ex-funcionário da Mitsui, Kobayashi foi encarregado de criar um novo negócio com uma empresa agrícola africana. Após estudar modelos como eletrificação rural e conservação florestal, percebeu que seria difícil gerar lucro trabalhando diretamente com agricultores que têm renda anual entre US$ 1.000 e US$ 2.000.

A solução foi vender globalmente e reinvestir localmente, aproveitando a tendência de consumidores que valorizam transparência e propósito na hora de comprar.
Desde 2021, lojas como Ron Herman e Beams já vendem camisetas com algodão rastreável, com preços acima de ¥10.000, em contraste com o fast fashion que costuma vender por ¥1.000 a ¥2.000.
Kobayashi, no entanto, decidiu lançar sua própria marca para garantir que os produtos reflitam a visão completa da FL 360. A linha será finalizada até março de 2026.
A tecnologia de rastreabilidade desenvolvida para o algodão será aplicada a outros produtos agrícolas, como cacau e grãos de café. Como o sistema já está pronto, o custo de implementação é baixo, o que facilita a expansão.
“O tempo não é ilimitado,” disse Kobayashi. “Precisamos transformar isso em um negócio lucrativo o quanto antes.”
Com informações via Asahi Shimbun