Mais de 110 mil toneladas já foram despejadas no Pacífico desde 2023; níveis de radiação seguem abaixo dos limites de segurança, diz operadora
A liberação da água tratada da usina nuclear de Fukushima no oceano Pacífico entrou em seu terceiro ano nesta segunda-feira (25), com a conclusão da 14ª rodada de descarte, segundo informações da Tokyo Electric Power Company Holdings Inc. (TEPCO), operadora da usina.
Nesta última etapa, iniciada em 7 de agosto, foram liberadas cerca de 7.900 toneladas de água. Desde o início do processo, em agosto de 2023, aproximadamente 110 mil toneladas já foram despejadas no mar. A TEPCO afirma que nenhum nível anormal de trítio — um tipo de elemento radioativo — foi detectado nas águas próximas ao local.
Durante essa rodada, testes mostraram 61 becquerels de trítio por litro de água do mar, valor muito abaixo do limite de 700 becquerels por litro, nível no qual o descarte seria interrompido, e bem inferior ao limite da Organização Mundial da Saúde (OMS) para água potável, que é de 10.000 becquerels por litro.
O plano da TEPCO prevê liberar cerca de 54.600 toneladas de água até março de 2026, divididas em sete fases. Esta foi a terceira rodada desde abril deste ano.
A China, que havia proibido a importação de frutos do mar japoneses após o início dos descartes, revogou a proibição geral em junho, após confirmar que não havia contaminação anormal na água e na vida marinha. No entanto, produtos de 10 cidades japonesas, incluindo Fukushima e Tóquio, ainda estão sob restrições. O governo japonês busca remover totalmente essas barreiras comerciais.
A água liberada é proveniente do processo de resfriamento do combustível nuclear derretido nos reatores danificados após o terremoto e tsunami de 2011. Cerca de 70 toneladas de água radioativa são produzidas diariamente desde então. Após tratamento por um sistema avançado que remove a maioria dos elementos radioativos, o trítio é o único que permanece — e é considerado menos perigoso em baixas concentrações.
Antes de ser lançada no mar, a água é diluída a 1/40 da concentração permitida pelas normas japonesas de segurança. A liberação gradual da água tem como objetivo liberar espaço para futuras obras de desmantelamento da usina, incluindo a retirada de detritos radioativos. O processo completo de descarte deve durar até 2051.