Brasileira desaparecida é encontrada presa no Japão por suspeita de tráfico internacional de drogas

Aylah Gabrielly, de 19 anos, saiu de Manaus em julho e foi localizada após rastreamento de celular; autoridades japonesas investigam envolvimento com organização criminosa.

A jovem Aylah Gabrielly de Sousa Oliveira, de 19 anos, natural de Manaus (AM), foi localizada presa no Japão após ter sido considerada desaparecida desde o final de julho. A confirmação veio no início de setembro, após rastreio do celular e contato com o Consulado Brasileiro em Tóquio.

Viagem misteriosa e rastreamento internacional:

Aylah informou à família que viajaria de Manaus para São Paulo no dia 28 de julho, em busca de oportunidades e para encontrar um namorado. Após breve contato, desapareceu sem deixar notícias. O celular da jovem foi rastreado em São Paulo, depois em Paris, e por fim em Osaka, no Japão.

A família registrou o desaparecimento na Polícia Civil do Amazonas, e a Polícia Federal passou a investigar o caso. A confirmação da prisão veio após colaboração com autoridades japonesas e o consulado brasileiro.

Carta divulgada pela família da Aylah nas redes sociais.

Prisão e suspeita de tráfico:

Segundo a emissora japonesa TBS TV, Aylah embarcou no Aeroporto de Guarulhos, com escalas em Adis Abeba (Etiópia) e Bangkok (Tailândia), antes de desembarcar no Aeroporto de Haneda, em Tóquio. Durante inspeção alfandegária, foram encontrados frascos com cocaína líquida escondidos no sutiã, totalizando cerca de 1,4 kg da droga, com valor estimado de ¥35 milhões.

A jovem alegou estar no Japão como turista, mas exames e revista pessoal indicaram o contrário. A polícia japonesa investiga se ela foi aliciada por uma organização criminosa.

O Aeroporto de Kansai, em Osaka, tem registrado aumento de casos envolvendo brasileiros tentando entrar com drogas escondidas no corpo. Entre dezembro de 2024 e abril de 2025, foram cinco casos identificados, todos envolvendo cidadãos brasileiros.

A técnica de engolir cápsulas de droga é conhecida desde os anos 1990 e continua sendo extremamente perigosa. Já houve mortes por overdose em aeroportos japoneses, como em Narita (2018) e Haneda (2023).

Aylah está detida em Osaka, e o Consulado Brasileiro em Tóquio confirmou que ela está viva e recebendo apoio consular. Ainda não há informações sobre acusação formal ou medidas legais. A pena para tráfico de drogas no Japão pode chegar a 10 anos de prisão.