Porta-aviões mais avançado da China cruza Estreito de Taiwan e é visto próximo ao Japão

Fujian, novo porta-aviões chinês com tecnologia de ponta, realiza testes no Mar do Sul da China e chama atenção do Japão e Taiwan

O mais avançado porta-aviões da China, o Fujian, passou recentemente pelo Estreito de Taiwan para realizar missões de treinamento e testes científicos no Mar do Sul da China, informou nesta sexta-feira (12) um porta-voz da Marinha chinesa.

Segundo o capitão sênior Leng Guowei, os testes fazem parte do processo normal de construção e desenvolvimento da embarcação. Ele destacou que as atividades “não são direcionadas a nenhum alvo específico”.

O Ministério da Defesa do Japão anunciou na quinta-feira (11) que as Forças de Autodefesa japonesas visualizaram o Fujian pela primeira vez. A embarcação foi avistada navegando no Mar da China Oriental, a cerca de 200 quilômetros a noroeste das Ilhas Senkaku — território administrado pelo Japão, mas reivindicado pela China, que o chama de Diaoyu.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou em coletiva de imprensa que as atividades do navio estão “totalmente em conformidade com as leis nacionais da China e o direito internacional”.

Lançado em 2022, o Fujian é o terceiro e maior porta-aviões da China, com mais de 80 mil toneladas de deslocamento. Ele conta com um sistema de catapulta eletromagnética que acelera o lançamento de aviões de combate, tecnologia semelhante à utilizada pelos porta-aviões mais modernos dos Estados Unidos.

Há especulações de que o Fujian poderá entrar oficialmente em serviço já na próxima quinta-feira (18), coincidindo com o aniversário de 94 anos do bombardeio japonês a uma ferrovia próxima de Shenyang, em 1931 — evento que deu início ao Incidente da Manchúria e à ocupação japonesa do nordeste da China até o fim da Segunda Guerra Mundial.

Outros analistas apontam que o navio pode tornar-se totalmente operacional no dia 1º de outubro, Dia Nacional da China, que marca a fundação da República Popular em 1949.

Em Tóquio, o ministro da Defesa do Japão, Gen Nakatani, afirmou que a movimentação mostra o esforço da China em ampliar suas capacidades militares em áreas mais distantes. “As Forças de Autodefesa continuarão a monitorar de perto os navios da Marinha chinesa nos arredores do Japão e tomarão todas as medidas necessárias para garantir a vigilância e segurança”, disse ele em coletiva.

Já o Ministério da Defesa de Taiwan informou que monitorou toda a movimentação do Fujian utilizando sistemas conjuntos de inteligência, vigilância e reconhecimento, e respondeu de forma apropriada.

O avanço do Fujian representa um marco na modernização militar da China, mas também aumenta as tensões em uma região já marcada por disputas territoriais e rivalidades estratégicas.