Sistema de terraços de pedra usado há mais de 400 anos entra para a lista GIAHS e fortalece identidade agrícola e turística da região de Arida-Shimotsu.
O tradicional sistema de cultivo de mikan (tangerina japonesa) na região de Arida-Shimotsu, na província de Wakayama, foi oficialmente reconhecido como Sistema Agrícola de Importância Global (GIAHS) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no dia 27 de agosto de 2025.
Com isso, o Japão passa a contar com 17 sistemas agrícolas reconhecidos pela FAO, e Wakayama fortalece sua posição como referência em agricultura sustentável e patrimônio rural.
O sistema é baseado em terraços de pedra construídos há mais de 400 anos, onde os agricultores cultivam diversas variedades de mikan, especialmente o “unshu mikan”, adaptado para crescer em encostas íngremes.

Além do cultivo, o sistema se destaca por:
- Técnicas de armazenamento e amadurecimento que mantêm os frutos frescos por mais tempo
- Diversificação genética com mais de 30 variedades de mikan
- Práticas de agrobiodiversidade, como apicultura e hortas integradas
- Transmissão de conhecimento familiar ao longo de gerações
Reconhecimento internacional e impacto local:
O governador de Wakayama, Izumi Miyazaki, celebrou o reconhecimento:
“Temos mais um motivo para nos orgulhar diante do mundo. Esperamos que isso amplie os canais de venda e atraia turistas.”

A candidatura foi feita em outubro de 2023 por uma associação formada pelo governo provincial, cinco municípios e cooperativas agrícolas. A FAO realizou uma vistoria de campo em julho de 2025, antes de oficializar a designação.
Este é o segundo sistema agrícola da província a receber o selo GIAHS. O primeiro foi o cultivo de ume (damasco japonês) em Minabe-Tanabe, reconhecido em 2015.
Além disso, o sistema de armazenamento de mikan em Shimotsu foi reconhecido como Patrimônio Agrícola Nacional do Japão em 2018, e o sistema de cultivo de Arida mikan recebeu o mesmo título em 2020. Atualmente, existem 102 sistemas agrícolas reconhecidos pela FAO em todo o mundo.
Com informações via Asahi Shimbun