Antiga residência do político Junzo Kosaka, construída em 1938, é a última do tipo ainda existente na região de Setagaya
Em meio às ruas tranquilas e arborizadas do bairro Seta, na região de Setagaya, em Tóquio, uma casa antiga chama a atenção por preservar o estilo e o charme da era Showa (1926–1989). Trata-se da antiga residência de Junzo Kosaka, um influente industrial e membro da extinta Câmara dos Pares do Japão.
Construída em 1938, a casa mistura elementos da arquitetura japonesa tradicional com toques ocidentais, típicos do início do século 20. O imóvel é de madeira, com um andar térreo no estilo japonês e uma parte superior em dois andares. A fachada norte lembra uma casa tradicional japonesa, enquanto o interior traz detalhes refinados e elegantes.
O terreno espaçoso e cheio de vegetação onde a residência está situada transmite tranquilidade. A casa era originalmente uma villa de veraneio de Kosaka, construída às margens do Rio Tama — uma região que, na época, abrigava mansões de nobres e figuras importantes da política e dos negócios. Hoje, ela é a última construção desse tipo que ainda permanece de pé no bairro.
Entre os destaques da residência está uma viga de madeira única de 10,6 metros de comprimento, feita de cedro Kitayama, localizada acima das janelas do corredor interno que conecta a sala de estar e a sala de visitas.
Na parte oeste da casa, o escritório se destaca pelo piso de parquet em padrão espinha de peixe (“yahazu-bari”) e pelo teto cuidadosamente feito com pinho-vermelho, o mesmo material utilizado nas colunas com veios expostos, que dão um aspecto robusto e sofisticado ao ambiente.
No quarto principal, um lustre antigo ilumina suavemente o espaço, enquanto a varanda envidraçada ao lado permite a entrada de luz natural, criando um ambiente acolhedor e nostálgico.
Passear por essa residência é como voltar no tempo. Cada detalhe da construção remete à vida cotidiana da elite japonesa nos anos 1930 e oferece um raro vislumbre de uma época que moldou o Japão moderno.
A antiga residência Kosaka segue sendo um exemplo valioso de preservação histórica e cultural, mantendo viva a memória arquitetônica da era Showa em uma das maiores metrópoles do mundo.