Terceiro e quarto dias da Assembleia Geral são marcados por tensão no Oriente Médio, apoio ao Estado palestino e manifestações diplomáticas; encontro entre Lula e Trump pode ocorrer após discursos.
A Assembleia Geral da ONU em Nova York teve momentos de forte tensão diplomática entre os dias 25 e 26 de setembro, com destaque para os discursos sobre o conflito em Gaza, o apoio ao Estado palestino e o encontro entre Lula e Donald Trump após suas falas.
Terceiro dia: apoio à Palestina e discurso de Abbas
Na quinta-feira (25), diversos países manifestaram apoio à Palestina em seus discursos, incluindo Espanha, Irlanda, Noruega, África do Sul, Chile e Indonésia, que reforçaram o reconhecimento do Estado palestino e pediram cessar-fogo imediato em Gaza.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, discursou por vídeo após ter o visto de entrada negado pelos EUA. Em sua fala, Abbas afirmou:
“O que Israel está fazendo não é meramente uma agressão. É um crime de guerra, e um crime contra a humanidade.”
Ele denunciou o que chamou de “guerra de genocídio, destruição, fome e deslocamento” na Faixa de Gaza, citando mais de 65 mil mortos, segundo autoridades palestinas.
Abbas também:
- Agradeceu aos países que reconheceram o Estado palestino
- Pediu que mais nações adotem essa postura
- Defendeu eleições presidenciais e parlamentares em até um ano após o fim da guerra
- Afirmou que o Hamas não terá papel na futura governança
Ele ainda condenou os ataques de 7 de outubro, liderados pelo Hamas, e pediu que a ajuda humanitária entre em Gaza sem restrições.
Quarto dia: discurso de Netanyahu sofre protestos
Na sexta-feira (26), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou na ONU e enfrentou protestos silenciosos e esvaziamento em massa por parte de delegações de países árabes, africanos e latino-americanos.
Netanyahu defendeu as ações de Israel em Gaza como “resposta legítima ao terrorismo”, acusou o Hamas de usar civis como escudos humanos e afirmou:
“Israel não está em guerra com o povo palestino, mas com uma organização terrorista que ameaça a paz regional.”
Apesar disso, o discurso foi recebido com críticas e abandono do plenário, evidenciando o isolamento diplomático crescente de Israel no cenário internacional.
Encontro entre Lula e Trump
Após seus respectivos discursos na segunda-feira (23), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump tiveram um encontro breve nos bastidores da ONU. Segundo fontes diplomáticas, o encontro foi cordial e informal, com troca de cumprimentos e breve conversa sobre cooperação comercial e estabilidade regional.

Lula havia criticado, em sua fala, o uso de sanções unilaterais e o genocídio em Gaza, enquanto Trump defendeu soberania nacional e anunciou novas tarifas comerciais, incluindo 100% sobre medicamentos estrangeiros.
O encontro não foi registrado oficialmente como reunião bilateral, mas sinaliza uma abertura de diálogo entre os dois líderes em meio a um cenário global polarizado, o que pode ocorrer nas próximas semanas.
Com Informações via @NoticiasOnu no X, @FoxNews no X, NHK World