Zoológico fecha após 20 anos em Sapporo e futuro de mais de 300 animais gera preocupação

Encerramento do North Safari Sapporo levanta dúvidas sobre o destino de seus animais; autoridades e especialistas alertam para dificuldade em realocar bichos, especialmente os mais velhos.

O North Safari Sapporo, um zoológico particular localizado no distrito de Minami Ward, no norte do Japão, encerrou oficialmente suas atividades em 30 de setembro após 20 anos de funcionamento. A instalação foi construída sem autorização em uma área onde o controle de urbanização é restrito. Com o fechamento, surge uma nova preocupação: o que acontecerá com os mais de 300 animais que ainda vivem no local?

Casos como esse não são raros no Japão, e muitas vezes os responsáveis enfrentam grandes dificuldades para encontrar novos lares para os animais, principalmente os mais velhos ou com necessidades específicas.

Histórico de outros fechamentos semelhantes

Em 2004, quando o Jozankei Kuma Bokujo (rancho de ursos) também fechou em Minami Ward, 35 ursos-pardos ficaram sem destino. A empresa responsável optou por continuar cuidando dos animais no local. Duas fêmeas, hoje com cerca de 25 anos, ainda vivem lá.

“Estamos sobrevivendo com dificuldade para manter a alimentação dos ursos. Seria ideal ter cooperação entre zoológicos, mas encontrar novos destinos para animais mais velhos é muito difícil”, afirmou a empresa.

Outro exemplo é o Inubosaki Marine Park, aquário localizado em Chiba, que fechou em 2018. A equipe enfrentou obstáculos para realocar um golfinho e vários pinguins. O golfinho infelizmente morreu em 2020, mas todos os pinguins foram transferidos com sucesso.

Um funcionário da prefeitura comentou: “O parque teve dificuldades para encontrar novos locais. Como era uma instalação privada, foi difícil para o governo intervir diretamente, embora tenhamos dado orientações e avaliado o ambiente de cuidados.”

Nova lei permite supervisão após fechamento

Após mudanças na Lei de Bem-Estar e Manejo de Animais, atualizada em 2020, os governos locais agora podem inspecionar e orientar as empresas responsáveis por zoológicos até dois anos após o encerramento oficial de suas atividades.

Antes da mudança, quando a licença de operação de um zoológico expirava, o local era tratado como qualquer outro dono de animais, o que dificultava ações por parte das autoridades.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente do Japão, a nova lei permite continuar fiscalizando o local mesmo fechado, para evitar maus-tratos, abandono ou outros problemas relacionados ao bem-estar dos animais.

E agora, o que será dos animais do North Safari?

Ainda não foi divulgado um plano oficial sobre o destino dos mais de 300 animais do North Safari Sapporo. O caso volta a chamar atenção para a necessidade de políticas mais claras e eficazes sobre o que fazer com animais silvestres mantidos por zoológicos particulares quando essas instituições encerram suas atividades.

Organizações de proteção animal e especialistas reforçam que o bem-estar dos animais deve ser prioridade, mesmo fora dos olhos do público.