Mesmo sem maioria parlamentar, PLD deve manter liderança do governo após falhas na articulação de candidatura única entre opositores; sucessor de Shigeru Ishiba será escolhido em outubro.
A desunião entre os principais partidos de oposição no Japão deve garantir que o vencedor da eleição presidencial do Partido Liberal Democrata (PLD), marcada para 4 de outubro, se torne o próximo primeiro-ministro, mesmo com a coalizão governista (PLD + Komeito) sem maioria nas duas câmaras da Dieta Nacional.
Embora uma mudança de governo fosse possível caso os partidos de oposição se unissem em torno de um único nome, essa articulação fracassou em reunião realizada em 30 de setembro.
Participaram do encontro os presidentes dos comitês de assuntos parlamentares de:
- Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP)
- Partido da Inovação do Japão (Ishin)
- Partido Democrático para o Povo (DPP)
Segundo relatos, os partidos estavam tão distantes em suas posições que surgiram dúvidas sobre o comprometimento real do CDP com a proposta de união.
O representante do CDP, Hirofumi Ryu, sequer apresentou um nome viável para consenso.
Já o DPP, por meio de Motohisa Furukawa, afirmou que apoiaria seu próprio líder, Yuichiro Tamaki.
Takashi Endo, do Ishin, declarou:
“Os três partidos têm posições e circunstâncias diferentes.”
O Ishin, inclusive, estaria negociando aproximação com a coalizão liderada pelo PLD para a próxima sessão da Dieta.
Endo também criticou a falta de negociações discretas e efetivas por parte do CDP para alinhar os interesses dos partidos.
Sucessão de Ishiba e sessão especial:
O atual primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, anunciou sua renúncia em setembro, e o PLD escolherá seu sucessor em 4 de outubro. Uma sessão especial da Dieta será convocada após meados de outubro para oficializar o novo chefe de governo.
A falta de unidade entre os opositores repete o cenário de novembro de 2024, quando Ishiba foi reconduzido ao cargo mesmo após o PLD perder a maioria na Câmara Baixa.
Com informações via Asahi Shimbun