Cometa Lemmon se aproxima da Terra e oferece rara chance de observação até início de novembro

Descoberto em janeiro, corpo celeste esverdeado poderá ser visto no céu ocidental com binóculos; próxima visita só ocorrerá daqui a mais de mil anos.

O cometa Lemmon, descoberto em janeiro de 2025 pelo Mount Lemmon Survey, nos Estados Unidos, está se aproximando da Terra e oferece uma oportunidade única de observação astronômica para esta geração.

Segundo o Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), o cometa estará visível:

  • Entre 23 de outubro e 2 de novembro
  • Cerca de uma hora após o pôr do sol, no céu ocidental

Em áreas com céu limpo e pouca poluição luminosa, pode até ser visível a olho nu, mas o uso de binóculos ou telescópio é recomendado para melhor experiência.

Na madrugada de 17 de outubro, foi registrado no planalto de Asagiri, em Fujinomiya (Shizuoka), com um rastro verde brilhante próximo ao Monte Fuji. Em Hokkaido, observadores conseguiram fotografá-lo perto da constelação de Ursa Maior, entre 17h30 e 19h.

Cometa Lemmon poderá ser observado melhor no Japão e nos países do Hemisfério Norte, mas poderá ser visto também no Brasil e no Hemisfério Sul, ao anoitecer logo após o por-do-sol. (Imagem: Divulgação)

Mesmo recém descoberto, o Lemmon já ganhou o título de cometa mais brilhante do ano. Apesar de ser mais visível no lado Norte do planeta, também poderá ser visto do Brasil, onde a visualização será mais favorável a partir desta terça-feira, dia 21 de outubro, atingindo o pico de luminosidade entre os dias 2 e 8 de novembro.

O melhor horário para observá-lo no Brasil é no início da noite, logo após o pôr do sol, entre às 18h30 e 20h, no horário de Brasília. O indicado é estar em um local com pouca luminosidade, longe das luzes e poluição atmosférica das grandes cidades.

Características e trajetória

O cometa Lemmon:

  • É uma “bola de neve suja”, composta por gelo, poeira e gás
  • Libera uma cauda característica ao se aproximar do Sol, chamada de “hokiboshi” no Japão
  • Segue uma órbita elíptica alongada ao redor do Sol
Reprodução do cometa Lemmon feita por computador. (Imagem: NASA)

Sua maior aproximação da Terra ocorreu em 21 de outubro, a cerca de 90 milhões de quilômetros60% da distância entre a Terra e o Sol. Ele se aproximará do Sol em 8 de novembro, a cerca de 80 milhões de quilômetros, mantendo seu brilho durante esse período.

Ponto de referência e visibilidade

  • Em 18 de outubro, passou da constelação Canes Venatici para Bootes
  • Em 24 de outubro, estará 10 graus acima da estrela Arcturus
  • Em 28 de outubro, atingirá 22 graus de altitude a oeste
  • Em 8 de novembro, estará a 15 graus a oeste-sudoeste, com visibilidade reduzida nos dias seguintes

Essas posições são baseadas na latitude de Tóquio, mas são válidas para todo o Japão.

A lua cheia em 5 de novembro pode dificultar a observação. A melhor janela de visibilidade deve ocorrer por volta de 25 de outubro, quando o cometa estará mais alto e o luar ainda não interfere tanto.

Um visitante raro

O cometa C/2025 A6 Lemmon foi descoberto em janeiro em um observatório no Arizona, nos Estados Unidos, e está “perto” da Terra, já sendo possível avistá-lo, especialmente no Hemisfério Norte. 

A última aproximação significativa do cometa Lemmon ocorreu há cerca de 1.300 anos, e a próxima está prevista para daqui a 1.100 anos, tornando este um evento astronômico único.

“Cometas visíveis a olho nu não são uma ocorrência anual. Esta é uma chance rara”, afirmam especialistas.

Em comparação, o cometa Tsuchinshan-ATLAS, observado no ano passado, foi mais brilhante e pôde ser fotografado com smartphones. O Lemmon, embora mais discreto, pode ser visto no início da noite, especialmente em regiões suburbanas com céu escuro.

Com informações via NAOJ (Observatório Nacional do Japão), NASA e Mainichi Shimbun