Novo governo abandona plano de expansão de Ishiba e propõe alinhamento com demanda para evitar queda nos preços; previsão é de 7,11 milhões de toneladas.
O Ministério da Agricultura do Japão planeja reduzir a produção de arroz para consumo básico em 2026, com previsão de 7,11 milhões de toneladas, uma queda de 5% em relação a 2025, segundo fontes oficiais. A medida sinaliza uma mudança na política agrícola do país, agora sob o comando da primeira-ministra Sanae Takaichi.
O plano revoga a estratégia do ex-premiê Shigeru Ishiba, que havia incentivado o aumento da produção para evitar escassez e reduzir preços elevados. A nova abordagem busca evitar excesso de oferta, que poderia derrubar os preços e gerar insatisfação entre agricultores.
“O princípio é produção alinhada à demanda”, afirmou o novo ministro da Agricultura, Norikazu Suzuki, em coletiva no dia 22 de outubro.
A safra de 2025 deve atingir 7,477 milhões de toneladas, cerca de 10% a mais que em 2024.
No entanto, a demanda estimada para 2026 varia entre 6,97 e 7,11 milhões de toneladas, semelhante à de 2025. Por isso, o ministério pretende ajustar a produção ao limite superior da demanda prevista.
Suzuki também anunciou que:
- O ministério não pretende intervir nos preços com liberação de estoques
- Planeja repor os estoques governamentais com 210 mil toneladas da safra de 2026, via contratos antecipados com agricultores
- Caso a demanda fique abaixo do esperado, o governo poderá comprar o excedente do mercado
Além disso, o ministério considera:
- Transferir parte dos estoques para distribuidores privados, evitando atrasos na liberação
- Reduzir o atual período de armazenamento de arroz, que é de cinco anos
Durante o governo Ishiba, o então ministro Shinjiro Koizumi chegou a sugerir preços de varejo para o arroz estocado, em meio à escassez. Suzuki, por outro lado, defende menos intervenção direta e mais estabilidade de mercado.
Com infromações via Mainichi Shimbun
