Sanae Takaichi faz primeiro discurso como premiê e promete crescimento com gastos públicos e reforço na defesa

Primeira-ministra do Japão apresenta plano econômico agressivo, revoga parceria com Komeito e enfrenta críticas da oposição sobre medidas contra alta de preços.

A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, fez seu primeiro discurso oficial no Parlamento (Dieta) no dia 24 de outubro, apresentando uma agenda marcada por gastos públicos agressivos, revisão na política de defesa e medidas contra o custo de vida elevado.

Economia como prioridade

Takaichi afirmou que seu governo adotará uma “política fiscal proativa responsável” para estimular o crescimento:

“Precisamos construir uma economia forte antes de qualquer outra coisa”, declarou.

Entre os objetivos estão:

  • Aumentar a renda da população
  • Elevar a confiança do consumidor
  • Melhorar os lucros das empresas
  • Gerar mais arrecadação sem subir impostos

Ela também anunciou a criação do Conselho Estratégico de Crescimento do Japão e pretende abolir a taxa temporária sobre gasolina ainda nesta sessão extraordinária da Dieta, que termina em 17 de dezembro.

Nova coalizão e mudanças políticas

Takaichi foi eleita presidente do Partido Liberal Democrata (LDP) em 4 de outubro e assumiu como primeira mulher a liderar o Japão em 21 de outubro. Após o fim da parceria de 26 anos com o Komeito, ela formou uma nova coalizão com o Nippon Ishin (Partido da Inovação do Japão).

A premiê destacou a importância da estabilidade política para avançar em políticas econômicas e de segurança, e se mostrou aberta a propostas de outros partidos, desde que não contradigam os princípios do governo.

Defesa e segurança

Takaichi anunciou que o Japão:

  • Revisará três documentos-chave de segurança nacional já em 2026
  • Aumentará o orçamento de defesa para 2% do PIB ainda este ano, dois anos antes do previsto
  • Fortalecerá o comando central sobre políticas relacionadas a estrangeiros, com foco em ações ilegais e desrespeito às regras, mas sem tolerar xenofobia

A ministra Kimi Onoda foi nomeada para cuidar da segurança econômica e da política para estrangeiros, uma nova pasta criada por Takaichi.

Críticas da oposição

O Partido Democrático Constitucional, por meio do líder Kenta Izumi, criticou:

  • A falta de conteúdo nas medidas contra a inflação
  • A ambiguidade sobre a abolição da taxa de gasolina
  • A ausência de propostas para reforma política
  • O risco de aumento de encargos sociais para os mais vulneráveis

As sessões de perguntas dos partidos sobre o discurso começam em 4 de novembro, após compromissos diplomáticos da premiê, incluindo o encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, no dia 28 de outubro.

Com informações via Mainichi Shimbun e NHK Web News