É o 12º aumento anual consecutivo. Apesar do recorde, a taxa de crescimento da evasão diminuiu, indicando o possível efeito de novas medidas de intervenção e ensino alternativo.
O Japão continua a enfrentar uma crise crescente de absentismo escolar crônico. Dados recentes do Ministério da Educação revelam que 353.970 estudantes do ensino fundamental e médio foram classificados como cronicamente ausentes no ano fiscal de 2024. Este número, que representa o 12º aumento consecutivo, é o mais alto já registrado.
Tendência Persistente e Sinais de desaceleração
A classificação de “absenteísmo crônico” se aplica a alunos que faltaram a pelo menos 30 dias de aula por motivos que não sejam doença ou dificuldades financeiras.
- Recorde Preocupante: O total de 353.970 alunos cronicamente ausentes representa 3,9% de todos os estudantes dos níveis fundamental e médio.
- Desaceleração: Apesar do número recorde, a taxa de crescimento do absentismo desacelerou drasticamente, registrando um aumento de apenas 2,2% em relação ao ano anterior. Este é um declínio notável em comparação com o salto de 15,9% observado em 2023. Oficiais interpretam esta desaceleração como um possível sinal de que as medidas de intervenção estão começando a surtir efeito.
- Detalhes: O absentismo entre alunos do ensino fundamental subiu 5,6%, para quase 138.000, enquanto o aumento entre alunos do ensino médio foi marginal, totalizando cerca de 216.000.
O Ministério atribui o aumento de longo prazo a mudanças nas atitudes sociais, influenciadas pela legislação de 2016 (que enfatiza o descanso e ambientes alternativos de aprendizagem) e pela normalização de faltar às aulas durante a pandemia de COVID-19.
Ensino Alternativo e Preocupações Adicionais
Para combater a crise do Absentismo Escolar no Japão, o Ministério da Educação expandiu os espaços de aprendizado alternativo e aumentou o número de conselheiros e especialistas nas escolas.
- Aprendizado Externo: Mais de 56.000 estudantes cronicamente ausentes se beneficiaram de uma política que permite que o aprendizado fora da escola conte como frequência oficial. Pela primeira vez, a pesquisa revelou que quase 66.000 desses alunos receberam notas formais baseadas em suas realizações de aprendizado externo.
- Novas Políticas: O Ministério está considerando a criação de planos de aprendizado e avaliações individualizadas nas próximas diretrizes curriculares, adaptadas especificamente para alunos não frequentadores.
Apesar da queda no número de novos alunos ausentes pela primeira vez em nove anos, o Ministério continua preocupado com o fato de que mais de 70% dos alunos cronicamente ausentes já haviam sido sinalizados no ano fiscal anterior, indicando que as escolas frequentemente demoram a responder aos sinais de angústia.
Tendências Alarmantes de Violência e Suicídio
A pesquisa também trouxe à tona outras tendências escolares preocupantes:
- Bullying: Os relatos de bullying aumentaram 4,9%, atingindo um recorde de 769.022 casos. Mais de 1.400 foram classificados como incidentes graves.
- Violência: Os atos de violência nas escolas subiram 18,2%, chegando a 128.859 casos, também um recorde histórico.
- Suicídio: O número de suicídios de estudantes aumentou 4%, totalizando 413 casos, ficando pouco abaixo do recorde de 2020. O Ministério classificou a taxa de suicídio como “extremamente alarmante”, ressaltando a urgência de intervenções contínuas em saúde mental e segurança nas escolas.
Com informações via Asahi Shimbun
