Levantamento do governo metropolitano mostra que custos, burocracia e falta de sucessores estão entre as principais preocupações dos moradores.
Mais de 70% dos moradores de Tóquio que possuem túmulos próprios ou familiares estão considerando remover restos mortais e desmontar lápides, segundo uma pesquisa recente do governo metropolitano.
O levantamento online foi realizado entre 10 e 17 de julho de 2025, com 500 moradores registrados da capital japonesa, e obteve uma taxa de resposta de 99,2%. O objetivo era entender as intenções da população em relação aos túmulos familiares e planejar futuras políticas para os cemitérios públicos da cidade.
Entre os participantes, 65,9% afirmaram possuir ou ter acesso a um túmulo familiar. Desses, 6,4% disseram já planejar o fechamento do túmulo, 21,4% estão considerando ou discutindo o assunto, e 45,3% podem pensar nisso no futuro.
Os principais motivos para essa decisão são financeiros e práticos. Entre os que estão considerando encerrar seus túmulos, 58,7% apontaram o custo da reenterro como a maior preocupação. Outros 44,5% mencionaram os trâmites burocráticos, 30,7% citaram possíveis desentendimentos familiares, e 16,5% se preocupam com a distância até o novo local de sepultamento.
Quando questionados sobre preocupações gerais com os túmulos, 55,2% destacaram o custo e o esforço para manter o espaço, 47,8% temem não ter sucessores para cuidar do local, 31,7% citaram o preço do terreno e da construção, e 27,2% mencionaram a dificuldade de acesso.
Um representante do governo metropolitano afirmou que “os resultados mostram claramente uma crescente necessidade de remoção de restos mortais, e as autoridades estudarão novos serviços nos cemitérios públicos para atender às demandas dos moradores.”
A tendência reflete mudanças sociais no Japão, onde o envelhecimento da população e o declínio no número de descendentes têm levado muitas famílias a repensar tradições funerárias mantidas por gerações.
