Montadora japonesa faz operação financeira para captar recursos e investir em renovação, digitalização e pesquisa após prejuízos bilionários.
A Nissan Motor Co. anunciou nesta quinta-feira (6) a venda e o arrendamento de volta de sua sede global, localizada em Yokohama, perto de Tóquio, por 97 bilhões de ienes (cerca de US$ 630 milhões). A medida faz parte dos esforços da montadora para reestruturar suas operações e fortalecer o caixa após resultados negativos recentes.
Segundo a empresa, o prédio principal e outras propriedades ao redor da estação e do porto de Yokohama foram vendidos a uma empresa imobiliária de Tóquio. A Nissan continuará operando no local, pois o contrato de arrendamento tem duração de 20 anos.
Com a transação, a montadora registrará uma receita extraordinária de 73,9 bilhões de ienes. O valor obtido será utilizado para renovar instalações, acelerar a digitalização dos processos e investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D), parte central do plano de modernização da companhia.
A operação acontece em um momento delicado para a Nissan, que registrou um prejuízo líquido de 670,9 bilhões de ienes no ano de 2024, impactada por vendas fracas nos Estados Unidos e na China. Para o exercício de 2025, que termina em março do próximo ano, a empresa prevê um novo resultado negativo, com perda operacional estimada em 275 bilhões de ienes — o primeiro prejuízo operacional em cinco anos.
A estratégia de “venda e leaseback” (venda e locação de volta) tem sido adotada por empresas japonesas que buscam liquidez sem perder o uso de ativos essenciais. No caso da Nissan, a montadora garante a continuidade de suas operações na sede em Yokohama, ao mesmo tempo em que libera recursos para sustentar sua reestruturação e inovação tecnológica.
