Cerimônia no Grande Buda de Kamakura homenageia vítimas do terremoto em Mianmar

Evento no templo Kotoku-in reuniu monges japoneses e birmaneses em orações pelas mais de 3.500 vítimas do terremoto de março e pela paz em meio à guerra civil.

O templo Kotoku-in, famoso por abrigar o Grande Buda de Kamakura, realizou no dia 4 de novembro uma cerimônia em memória das vítimas do terremoto que atingiu Mianmar em março deste ano. Além de homenagear os mortos, o evento também incluiu orações pela paz no país, que ainda enfrenta uma intensa guerra civil.

A cerimônia contou com a presença de monges japoneses e birmaneses residentes no Japão, que recitaram sutras diante da estátua do Grande Buda. A iniciativa foi organizada por Kentaro Hayashi, médico de 51 anos de Kamakura, que declarou:

“Quero rezar pelas mais de 3.500 vítimas do terremoto e por um rápido fim da guerra civil.”

Hayashi trabalha com a organização Médicos Sem Fronteiras desde 2004 e fundou uma entidade de ajuda humanitária em Mianmar. Após o tremor de terra de 28 de março, ele visitou a cidade de Sagaing, uma das mais afetadas, e continua promovendo ações de apoio às vítimas.

Na região de Sagaing, muitas pessoas — entre elas refugiados da guerra e monges — perderam a vida, e vários templos foram destruídos. O Grande Buda de Kamakura é bastante conhecido em Mianmar, país de maioria budista, o que inspirou Hayashi a organizar a homenagem em conjunto com monges birmaneses que vivem no Japão.

Durante o evento, a artista Umi, de 33 anos, de Utsunomiya (Tochigi), pintou ao vivo um caractere sânscrito no centro de uma obra inspirada no pavão, ave nacional de Mianmar. A tinta usada continha pó de destroços de prédios destruídos pelo terremoto, simbolizando o luto e a esperança de reconstrução.

Emocionado, Hayashi afirmou que a cerimônia “renovou seu compromisso com as atividades de apoio em Mianmar”. Ele pretende lançar em breve uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar cerca de 10 milhões de ienes (aproximadamente US$ 65 mil) destinados à reconstrução de um templo destruído pelo desastre.