Festivais e técnicas artesanais do Japão, como fabricação de papel e confecção de tatames, devem ser reconhecidos oficialmente em dezembro.
Um painel consultivo da UNESCO recomendou a inclusão de seis tradições japonesas em categorias já reconhecidas da Lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, segundo informou nesta terça-feira (11) a Agência de Assuntos Culturais do Japão.
Os novos itens incluem quatro festivais tradicionais realizados nas cidades de Ibaraki, Niigata, Shiga e Toyama, além de duas técnicas artesanais relacionadas à produção de papel feito à mão (washi) e à fabricação de tatames tradicionais. A decisão final deve ser aprovada oficialmente durante a reunião intergovernamental da UNESCO, que acontecerá em Nova Délhi, Índia, entre 8 e 13 de dezembro.
As tradições recomendadas fazem parte de três categorias já reconhecidas pela UNESCO:
“Washi, artesanato do papel japonês feito à mão” (inscrito em 2014),
“Yama, Hoko, Yatai – festivais de carros alegóricos do Japão” (2016),
e “Técnicas tradicionais de conservação e transmissão da arquitetura de madeira no Japão” (2020).
De acordo com a agência, os festivais de Otsu Hikiyama (Shiga), Ofune de Hitachi Otsu (Ibaraki), Murakami Yatai (Niigata) e Hojozu Hachimangu Shrine Hikiyama Tsukiyama (Toyama) desempenham papel essencial na preservação das comunidades locais e fortalecem os laços sociais entre os moradores.
As duas técnicas artesanais também receberam avaliação positiva: a produção de papel artesanal Echizen “torinoko-shi”, de Fukui, e a confecção manual do “nakatsugi-omote”, superfície de tatame resistente e estética, foram reconhecidas por manter métodos sustentáveis e práticas de preservação cultural.
O governo japonês apresentou oficialmente a candidatura dos seis itens à UNESCO em março de 2024. No mesmo ano, o conhecimento tradicional na produção de saquê e shochu foi adicionado como o 23º patrimônio imaterial do Japão.
Como as novas adições são consideradas extensões de categorias já existentes, o número total de patrimônios culturais imateriais japoneses permanece em 23.
Além disso, o Japão também solicitou o reconhecimento da caligrafia tradicional “shodo” como novo Patrimônio Cultural Imaterial, cuja análise pela UNESCO está prevista para 2026.
