COI estuda transferir esportes das Olimpíadas de Verão para as de Inverno para cortar custos

Com aumento dos gastos nas edições de verão, Comitê Olímpico Internacional avalia realocar modalidades como judô, boxe e basquete para os Jogos de Inverno, mas enfrenta resistência das federações.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) está avaliando seriamente a possibilidade de transferir algumas modalidades das Olimpíadas de Verão para os Jogos de Inverno, segundo informações obtidas pela agência Kyodo News com fontes próximas ao assunto.

A medida faz parte de um esforço do COI para reduzir custos, diante do aumento constante das despesas para sediar os Jogos de Verão. A proposta, no entanto, ainda enfrenta grandes desafios e resistência de federações esportivas que podem ser afetadas pela mudança.

Os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, devem incluir um número recorde de 36 esportes, com a adição de modalidades como críquete e lacrosse. Já para a edição de Brisbane, em 2032, espera-se uma redução significativa no número de esportes, motivada por preocupações financeiras.

Entre as possibilidades estudadas pelo COI está a transferência de esportes de combate, como judô e boxe, e de esportes coletivos realizados em locais fechados, como basquete e vôlei, para os Jogos de Inverno. Também foi cogitada a inclusão de novas modalidades relacionadas ao clima frio, como corrida cross-country e ciclismo cyclo-cross, que atualmente não fazem parte do programa olímpico.

A proposta, porém, gerou forte reação negativa da Federação dos Jogos Olímpicos de Inverno, que reúne entidades de esportes como biatlo, bobsled, hóquei no gelo, patinação, esqui e curling.

Em nota, o grupo afirmou que “o futuro dos Jogos Olímpicos de Inverno não será melhorado por propostas parciais, como a inclusão de disciplinas não olímpicas de federações de verão”. As federações destacaram ainda que a mudança “diluiria a marca, a herança e a identidade que tornam os Jogos de Inverno únicos — uma celebração de esportes praticados na neve e no gelo, com cultura, atletas e ambientes distintos”.

Apesar das críticas, o COI ainda não descartou oficialmente a ideia, que segue em fase de análise. Caso avance, seria uma das maiores transformações na história moderna das Olimpíadas.