Indonésia é o país que lidera a pirataria, seguido pelo próprio Japão e EUA. Em decisão histórica, Tribunal de Tóquio multa Cloudflare em US$ 3,2 mi.
A indústria editorial japonesa enfrenta uma batalha colossal contra a violação de direitos autorais. Uma nova pesquisa revelou que a pirataria de publicações japonesas causa um prejuízo estimado de 8,5 trilhões de ienes (cerca de US$ 55,2 bilhões) por ano. Em contrapartida, uma decisão judicial em Tóquio marcou uma vitória para as editoras ao multar a gigante de infraestrutura Cloudflare.
O Custo da Pirataria: 6 Vezes o Mercado Legal
A pesquisa foi conduzida pela ABJ, uma organização antipirataria formada por grandes editoras como Shueisha, Kodansha e LY Corp. Os dados são alarmantes:
- Dano Financeiro: O prejuízo anual de 8,5 trilhões de ienes é quase seis vezes o tamanho de todo o mercado editorial legítimo do Japão no ano passado (1,5 trilhão de ienes).
- Volume de Acesso: A ABJ analisou 913 sites piratas apenas no mês de junho. Esses sites receberam 2,85 bilhões de acessos de 123 países, somando 700 milhões de horas de leitura ilegal.
- Principais Infratores: O país que mais causou danos em junho foi a Indonésia (92,3 bilhões de ienes), seguida pelo Japão (83,4 bilhões) e pelos Estados Unidos (79,1 bilhões). O inglês foi o idioma mais utilizado, seguido por japonês e chinês.
Um representante da ABJ destacou que a maioria dos operadores está no exterior e espera trabalhar com o governo para perseguir investigações criminais fora do Japão.

Cloudflare Multada em US$ 3,2 Milhões
Em um movimento para combater a infraestrutura que sustenta a pirataria, o Tribunal Distrital de Tóquio ordenou, na quarta-feira, que a empresa norte-americana Cloudflare pague mais de 500 milhões de ienes (cerca de US$ 3,2 milhões) em indenizações.
A ação foi movida por quatro gigantes editoriais, Kodansha, Shueisha, Shogakukan e Kadokawa, devido à distribuição não autorizada de sucessos como One Piece e Attack on Titan (Ataque dos Titãs).
- O Veredito: O tribunal determinou que a Cloudflare “ajudou na violação de direitos” ao fornecer serviços de Rede de Entrega de Conteúdo (CDN), que permitiram aos sites piratas distribuir grandes volumes de dados com eficiência.
- Negligência: A decisão apontou que a Cloudflare negligenciou sua obrigação de interromper os serviços, mesmo após receber avisos das editoras sobre as violações, e presumivelmente falhou em verificar as identidades dos operadores dos sites.
Esta decisão é vista como um precedente importante na responsabilização de provedores de serviços de internet que facilitam indiretamente a pirataria.
Com informações via NHK World e Asahi Shimbun
