Pesquisa mostra avanço na divisão de tarefas, porém mulheres ainda dedicam muito mais tempo a casa e cuidados
A diferença de tempo que homens e mulheres dedicam aos afazeres domésticos, aos cuidados com os filhos e ao cuidado de familiares diminuiu em mais de uma hora por dia em relação a dois anos atrás, mas ainda continua grande. Os dados são de uma pesquisa on-line realizada pelo Governo Metropolitano de Tóquio entre julho e agosto deste ano.
Segundo o levantamento, as mulheres passaram a dedicar, em média, 7 horas e 48 minutos por dia a tarefas domésticas, cuidados com crianças e cuidadores familiares. O número representa uma redução de 1 hora e 35 minutos em comparação com 2023 e é o menor desde o início da pesquisa. Já os homens dedicam, em média, 3 horas e 29 minutos por dia, 28 minutos a menos do que dois anos atrás.
Mesmo com a redução, a diferença entre os gêneros ainda é de 4 horas e 19 minutos por dia, embora tenha diminuído 1 hora e 7 minutos em relação ao levantamento anterior.
Com a redução da desigualdade de tempo, a satisfação das mulheres com a divisão das tarefas aumentou. O percentual das que se disseram “muito satisfeitas” ou “um pouco satisfeitas” chegou a 60,1%, um aumento de 12,1 pontos percentuais em comparação com 2023. Entre os homens, o índice foi de 80,8%, alta de 2,5 pontos percentuais. De acordo com um representante do governo de Tóquio, mulheres tendem a se sentir mais satisfeitas quando os maridos tiram licença-paternidade.
Apesar disso, muitas mulheres ainda relatam dificuldades. Entre as principais preocupações estão “querer dividir o trabalho, mas não conseguir comunicar isso bem” e “assumir tarefas demais sozinhas”. Entre os homens, a resposta mais comum foi não ter preocupações específicas, seguida da falta de tempo.
Quando questionados sobre insatisfação com a participação do cônjuge, homens afirmaram principalmente não ter queixas. Já entre as mulheres, a principal reclamação foi que os maridos só ajudam nas tarefas domésticas e nos cuidados com os filhos quando são solicitados. Também foram citadas a forma descuidada de realizar as tarefas e a falta de reconhecimento.
Para a consultora de carreira Tae Amano, a redução do tempo gasto com tarefas domésticas reflete mudanças no comportamento das famílias. Segundo ela, cresce o número de pessoas que buscam eficiência também dentro de casa, com maior uso de eletrodomésticos e serviços de apoio doméstico.
A pesquisa sobre a participação dos homens no trabalho doméstico e no cuidado com os filhos é realizada a cada dois anos desde 2019. Esta foi a quarta edição do estudo, que ouviu 5 mil pessoas em Tóquio. Os resultados servirão de base para a formulação de políticas públicas na capital japonesa.
