Japão dá aval local para reativar usina nuclear pela primeira vez desde Fukushima

Governo de Niigata aprova retomada da usina Kashiwazaki-Kariwa, com previsão de religar reator em janeiro

A Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO) concluiu nesta segunda-feira o processo para obter o consentimento local necessário para reativar uma usina nuclear no Japão pela primeira vez desde o acidente de Fukushima, em 2011. A empresa planeja religar um dos reatores da usina de Kashiwazaki-Kariwa, em Niigata, a partir de 20 de janeiro.

A decisão foi possível após a assembleia de Niigata aprovar um voto de confiança no governador Hideyo Hanazumi. Em novembro, ele havia declarado apoio à retomada das operações dos reatores 6 e 7 da usina, que é a maior do mundo em capacidade de geração quando funciona totalmente.

O governador pediu que a assembleia avaliasse se ele deveria continuar no cargo após autorizar a reativação, já que o tema divide a população local. Muitos moradores ainda demonstram preocupação com a segurança nuclear e com a capacidade da TEPCO de operar usinas após o desastre de Fukushima.

Além do voto de confiança, os deputados também aprovaram um orçamento extra para campanhas informativas sobre segurança nuclear e outros custos relacionados.

Os prefeitos das cidades de Kashiwazaki e Kariwa, onde a usina está localizada, também apoiam a reativação. Nos próximos dias, o governador deve comunicar oficialmente o aval local ao governo central.

Com isso, a TEPCO deve solicitar aos órgãos reguladores nucleares a inspeção final dos equipamentos do reator número 6 antes da retomada das operações.

Os reatores 6 e 7 da usina passaram, em 2017, por normas de segurança mais rígidas criadas após o acidente de Fukushima, causado por um forte terremoto e um tsunami. Em um momento anterior, a TEPCO chegou a ser impedida de reativar a usina por falhas em medidas antiterrorismo.

Atualmente, a empresa prioriza a reativação do reator 6 e estuda desativar os reatores 1 e 2. Enfrentando altos custos com indenizações e limpeza após o desastre de 2011, a TEPCO vê a retomada da usina de Kashiwazaki-Kariwa como essencial para melhorar sua situação financeira.