Japão projeta aumento em gastos de defesa para ¥9,9 tri em 2025

Com pressão dos EUA e tensões regionais, país aumenta investimentos em defesa e segurança nacional.

O ministro da Defesa, Gen Nakatani, anunciou nesta terça-feira, dia 16, que os gastos militares e relacionados do país devem atingir ¥9,9 trilhões (cerca de US$ 70 bilhões) no ano fiscal de 2025, representando 1,8% do PIB de três anos antes, como parte do plano nacional de elevar os investimentos em defesa para 2% até 2027.

Desse montante, aproximadamente ¥8,5 trilhões serão destinados diretamente ao orçamento da Defesa, enquanto ¥1,5 trilhão irá para áreas relacionadas, como Guarda Costeira, cibersegurança e participação em operações de paz da ONU.

O plano de aumento foi estabelecido na atualização da Estratégia de Segurança Nacional feita em 2022, e marca uma mudança histórica para o Japão, que por décadas limitava seu orçamento militar a cerca de 1% do PIB, conforme o espírito pacifista da sua Constituição pós-guerra.

A meta de 2% até 2027 é reflexo das crescentes preocupações com:

– A expansão militar da China no Indo-Pacífico;
– Os testes de mísseis e o programa nuclear da Coreia do Norte;
– E a pressão dos americana, especialmente sob a administração de Donald Trump, para que aliados contribuam mais com sua própria defesa.

Desde sua volta ao poder em janeiro, o presidente Donald Trump voltou a criticar o tratado de segurança entre EUA e Japão, alegando que ele é “injusto e unilateral”. Ele vem exigindo que aliados como Japão, Coreia do Sul e membros da OTAN aumentem significativamente os gastos militares.

Antes mesmo de assumir oficialmente o cargo, o novo subsecretário de Defesa dos EUA, Elbridge Colby, já havia pressionado Tóquio a elevar os gastos para 3% do PIB “o mais cedo possível”.

Evolução dos gastos de defesa do Japão (% do PIB):
– 2023: 1,4%
– 2024: 1,6%
– 2025 (projeção): 1,6% a 1,8%
– Meta para 2027: 2%

Pós-2028: pode ultrapassar 2%, se necessário, segundo o primeiro-ministro Shigeru Ishiba

O que entra nos gastos relacionados à defesa?
– Além do orçamento militar puro, os gastos considerados “relacionados” incluem:
– Força de segurança marítima (Guarda Costeira);
– Investimentos em cibersegurança;
– Participação em operações de paz da ONU;
– Modernização tecnológica para capacidades de contra-ataque, inclusive em caso de ataque direto.