J.League Insider: “O caro pode sair mais caro ainda”

Resultados do Yokohama F Marinos começam a ficar cada vez mais preocupantes. Para um clube da Dinastia Kanagawana (2019-2022 ao lado do Frontale), é raro e até petulante achar que está tudo bem.

Por Matheus Braga (J-League Insider)

Após mais uma derrota, dessa vez de virada, o Yokohama F. Marinos está considerando demitir o treinador inglês Steve Holland. O Tricolor de Kanagawa ocupa a 18ª colocação da J.League neste momento, o time tem apenas uma vitória em 10 jogos na J.League e não tem perspectivas de melhora.

Eu odeio ser o tipo de cara que diz “Eu avisei!”, mas eu avisei mesmo. Os japoneses por algum motivo ainda vem na Europa um portal místico para o melhor futebol do mundo, qualquer um que esteja praticando o esporte futebol na Europa parece ser imbatível, mas a gente sabe que não é bem assim.

Pra começar que o Marinos escolheu o auxiliar de Garreth Southgate, ex-treinador da seleção inglesa, que era criticado dia sim, dia também, por não conseguir fazer um time com Harry Kane, Jude Bellingham, Declan Rice e Phil Foden, jogar um futebol compatível com o que esses mesmos atletas jogam em seus clubes.

Holland foi auxiliar do Chelsea por anos, trabalhou com José Mourinho, Rafa Benítez e Antonio Conte antes de ir ser auxiliar de Southgate. O Marinos é a primeira experiência profissional do inglês, situação um pouco pior que o antigo treinador, Harry Kewell, que havia sido treinador em clubes menores da Inglaterra.

Mas a situação piora pra Holland quando comparamos os últimos anos de carreira com os de seu antecessor em Kanagawa. Kewell estava como auxiliar de Ange Postecoglou no Celtic, praticando um futebol similar ao que o próprio Marinos estava acostumado, afinal Ange havia saído há pouco tempo e Muscat seguia a mesma linha.

Holland não, ele era auxiliar do burocrático Southgate, praticando um estilo de jogo completamente incompatível com o material humano que aquela comissão tinha em mãos e atingindo resultados não por mérito próprio de suas ideias e filosofias de jogo, mas por terem jogadores de elite. Coisa que, infelizmente, Holland não tem no Marinos.

Claro que a culpa não é exclusiva do inglês, afinal a diretoria do Marinos também vem sendo bastante incompetente na montagem dos elencos que entregam aos treinadores. Holland consegue montar um time titular muito bom com excelentes atletas como Jeison Quiñonez, Asahi Uenaka, Park Il-Gyu, Anderson Lopes, mas e o banco? Ele vai encontrar no máximo o Riku Yamane ou o Jun Amano.

Não estou dizendo que com um elenco mais robusto o Marinos estaria melhor, afinal o futebol praticado é pobre em ideias e pobre em criatividade. Eu me sinto vendo a Inglaterra de Southgate, mas sem a magia de Jude Bellingham e Harry Kane.

Mas é fato que a diretoria do Marinos não aproveita muito o fato de que faz parte do maior conglomerado de clubes do mundo, o City Football Group. O Marinos precisa começar a agir como um time do grupo! Gastar bem, mas gastar certo!

Vou dar um exemplo, se eu fosse diretor do clube e me chega um relatório de que é preciso um treinador europeu no clube, eu JAMAIS teria ecolhido o Steve Holland. Existem pelo menos uns 15 treinadores disponíveis no mercada que o clube poderia ter procurado.

Xavi, Gerrard, Erik Ten Hag, Joachim Löw, Kasper Hjulmand, Roger Schmidt, Hernan Crespo, Julen Lopetegui, que os deuses me perdoem, mas até o Pirlo, o Rooney e o Diniz parecem mais viáveis que o Steve Holland. Qualquer um desses treinadores poderia fazer o Yokohama Marinos jogar mais do que joga atualmente!

E talvez você esteja pensando que seria muito caro traze-los, já que além do salário teria que haver uma compensação por treinar no Japão. Aí é que entre o Grupo City, ajudando nessa negociação com a possibilidade de reerguer a carreira de um desses treinadores e deixando a possibilidade de treinar qualquer clube do grupo caso o desempenho no Japão fosse suficiente.

Honestamente, seria interessante demais começar a ver esse movimento no Marinos, já que devemos ver a Red Bull vindo forte com o Omiya Ardija e a gestão de Jurgen Klopp. É hora do Marinos correr atrás, pra não ficar pra trás!