Campanha eleitoral começa na Coreia do Sul

Eleição antecipada em 3 de junho sucede impeachment de Yoon Suk Yeol; disputa polarizada entre o liberal Lee e o conservador Kim.

A campanha oficial para a eleição presidencial antecipada da Coreia do Sul teve início nesta segunda, dia 12, com os candidatos Lee Jae-myung, do maior partido de oposição, o Partido Democrático (DP), e Kim Moon-soo, do partido governista conservador People Power Party (PPP), como os principais concorrentes. A eleição está marcada para o dia 3 de junho e foi convocada após o impeachment do ex-presidente Yoon Suk Yeol, destituído pelo Tribunal Constitucional devido à imposição de lei marcial em dezembro do ano passado.

Lee Jae-myung, que concorre pela terceira vez à presidência, busca ampliar sua vantagem junto aos eleitores indecisos prometendo fortalecer a economia, melhorar o bem-estar da população e promover a unidade nacional. Em evento na praça Gwanghwamun, em Seul, que reuniu cerca de 20 mil pessoas, Lee afirmou que sua prioridade será restaurar a economia, a democracia e a paz no país.

Apesar de enfrentar incertezas jurídicas decorrentes de um processo sobre declarações falsas feitas durante sua campanha de 2021, o Tribunal Superior de Seul adiou o julgamento para após a eleição, garantindo sua participação no pleito.

Kim Moon-soo, veterano político e ex-ministro do Trabalho, iniciou sua campanha em um mercado de Seul, destacando o compromisso de tornar a Coreia do Sul um país onde os trabalhadores possam ser felizes. Sua nomeação pelo PPP foi confirmada após uma disputa interna com o ex-primeiro-ministro Han Duck-soo, que desistiu da candidatura após a liderança do partido rejeitar substituí-lo por Han.

Kim, que se opôs ao impeachment de Yoon, promete criar empregos e restaurar a confiança pública, buscando apoio de outros partidos conservadores para derrotar Lee. Contudo, a cooperação entre os conservadores parece improvável, já que Lee Jun-seok, candidato do pequeno New Reform Party e ex-líder do PPP, mantém distância de Kim.

Pesquisas recentes indicam que Lee lidera com cerca de 47% das intenções de voto, seguido por Kim com 33%, e Lee Jun-seok com 9%. O eleitorado sul-coreano, composto por maiores de 18 anos, demonstra preocupação com a estabilidade política e econômica após o turbulento período que culminou na remoção de Yoon.

Nas relações exteriores, Lee defende a aliança com os Estados Unidos e a cooperação trilateral com Japão, apesar de ter adotado postura mais dura sobre compensações trabalhistas durante a campanha de 2022. Kim, por sua vez, enfatiza a importância de manter relações amistosas com o Japão.

Além de Lee e Kim, outros candidatos independentes e de partidos menores também estão na disputa, incluindo o ex-primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn e Han Duck-soo, que anunciou sua candidatura após deixar o cargo de presidente interino.

A eleição de 3 de junho será decisiva para definir o rumo político da Coreia do Sul em um momento de desafios internos e externos, com a população buscando estabilidade e progresso.