Governador propõe corte de 50% no próprio salário após vazamento de dados pessoais

Medida de três meses busca assumir responsabilidade pelo caso, mas enfrenta críticas e pressão por punições mais severas no parlamento.

O governador de Hyogo, Motohiko Saito, anunciou que pretende cortar o próprio salário pela metade durante três meses, como forma de assumir responsabilidade pelo vazamento de informações pessoais de um ex-diretor do governo local. O caso veio à tona após uma comissão independente apontar que dados privados de um ex-funcionário, autor de um documento de denúncia, foram repassados indevidamente a parlamentares por um ex-chefe do departamento de assuntos gerais, possivelmente sob orientação de Saito e do então vice-governador.

O corte salarial, que será oficializado por meio de uma proposta de alteração na legislação local, inclui uma redução adicional de 20% sobre os 30% que já vinham sendo descontados do salário de Saito desde 2021, quando assumiu o cargo. Com isso, o salário mensal do governador, atualmente de 1,34 milhão de ienes, cairia para cerca de 670 mil ienes durante o período de julho a setembro.

O vice-governador Yohei Hattori também terá o salário reduzido, com o desconto subindo de 15% para 25% no mesmo período.

Apesar da iniciativa, a proposta de Saito tem enfrentado forte resistência entre os membros da Assembleia Provincial. Parlamentares de diferentes partidos argumentam que apenas o corte salarial não é suficiente para encerrar o caso e pedem investigações mais profundas e punições mais rigorosas. Alguns sugerem até a renúncia do governador como única forma de restaurar a confiança na administração pública.

Em declaração à imprensa, Saito afirmou sentir-se responsável como chefe do governo pelo gerenciamento inadequado das informações e pediu desculpas à população, ao ex-diretor e à família dele. Ele, no entanto, negou ter dado ordens diretas para o vazamento e descartou a possibilidade de renúncia.

O projeto de lei para o corte salarial será discutido nas próximas sessões do parlamento local, enquanto o clima político segue tenso e a pressão por transparência e responsabilidade aumenta em Hyogo.