Novo console traz melhorias como tela maior, suporte a 4K e microfone embutido, mas preços abusivos na revenda preocupam consumidores e autoridades
A Nintendo lançou nesta quinta-feira (5) o Switch 2, seu primeiro novo console em mais de oito anos, e já enfrenta uma mistura de sucesso comercial e polêmica. A procura foi tão grande que cerca de 2,2 milhões de pessoas participaram de um sorteio no Japão para ter a chance de comprar o novo aparelho no lançamento.
Com previsão de vender 15 milhões de unidades até março de 2026, o novo console promete dar novo fôlego à empresa, que viu as vendas do Switch original caírem após anos de sucesso.
O Switch 2 chega ao mercado japonês por 49.980 ienes (cerca de R$ 1.150) na versão japonesa, enquanto a versão multilíngue custa 69.980 ienes (aproximadamente R$ 1.610). O aparelho conta com melhorias importantes, como suporte a 4K para TVs, tela com o dobro de resolução, microfone embutido e recurso de compartilhamento de tela.
Junto com o console, a Nintendo lançou também o aguardado “Mario Kart World”, novo capítulo da famosa franquia de corridas.
Logo pela manhã, dezenas de fãs sortudos que ganharam o sorteio formaram filas em frente a lojas de eletrônicos no bairro de Ikebukuro, em Tóquio. Koji Takahashi, o primeiro da fila, disse: “É ótimo poder ver os amigos enquanto jogamos. Mal posso esperar para chegar em casa e testar.”
Já o funcionário de escritório Satoshi Ayame, de 39 anos, não teve a mesma sorte, mas foi ao local apenas para experimentar o console. “Tirei meio expediente de folga só para conseguir ver de perto. Valeu a pena,” afirmou.
Apesar do entusiasmo, a Nintendo também enfrenta um problema antigo: a revenda com preços abusivos. Mesmo com medidas mais rígidas em sites de vendas e leilões, como o Mercari, já era possível encontrar anúncios com preços muito acima do oficial, chegando a 800 mil ienes (cerca de R$ 18.500).
Segundo o professor Ken Naganuma, da Universidade Doshisha, especialista em comércio eletrônico, revender não é ilegal, mas empresas têm razão em tentar proteger o valor de suas marcas, já que a prática virou um problema social no Japão.
Com a expectativa de que as vendas da empresa aumentem 63,1% neste ano fiscal, o presidente da Nintendo, Shuntaro Furukawa, já anunciou aumento na produção do novo console para acompanhar a demanda.