Objetivo é fortalecer a pesquisa global e aproveitar cortes nos EUA para trazer talentos estrangeiros
A Universidade de Tohoku, localizada em Sendai, no Japão, anunciou no dia 6 de junho que investirá cerca de 30 bilhões de ienes (equivalente a US$ 209 milhões) nos próximos cinco anos para contratar cerca de 500 pesquisadores de alto nível, tanto do Japão quanto do exterior.
Segundo o presidente da universidade, Teiji Tominaga, a instituição pretende atrair pesquisadores estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos, que foram impactados por cortes de financiamento à pesquisa durante o governo de Donald Trump.
“Pesquisadores têm status social mais elevado e salários melhores fora do Japão”, disse Tominaga em entrevista coletiva. “Historicamente, as universidades nacionais japonesas deram pouca atenção às condições de trabalho dos pesquisadores, mas queremos mudar isso e investir mais neles para competir em nível internacional.”
A Universidade de Tohoku é a primeira a ser contemplada com recursos do projeto Universities for International Research Excellence, um programa do governo japonês que apoia instituições com alto potencial de pesquisa internacional. O projeto permite que universidades designadas recebam recursos vindos dos lucros de um fundo governamental de 10 trilhões de ienes, por até 25 anos.
No ano fiscal de 2025, a universidade receberá 15,4 bilhões de ienes por meio do programa. A meta é usar esses recursos para criar laboratórios em parceria com universidades americanas, com foco em áreas como tecnologia quântica e semicondutores. Esses laboratórios servirão como base para pesquisas conjuntas e também para recrutamento de talentos.
A universidade não pretende impor um limite salarial aos novos pesquisadores, tornando as ofertas mais competitivas com o mercado internacional. Em 2025, estão previstos 100 recrutamentos, incluindo profissionais em início de carreira, com um investimento estimado de 2,2 bilhões de ienes.
Em maio, representantes da universidade viajaram aos Estados Unidos para realizar sessões informativas. Como resultado, 36 pesquisadores com base fora do Japão, incluindo americanos, e 25 com base no Japão receberam ofertas de trabalho.
Outras universidades japonesas, como a Universidade de Osaka e a Ritsumeikan, também anunciaram planos semelhantes para atrair talentos dos EUA.