Universidade feminina no Japão aceitará estudantes trans a partir de 2030

Fukuoka Women’s University permitirá matrícula de pessoas transgênero que se identificam como mulheres, com adaptação em dormitórios e novas diretrizes

A Universidade Feminina de Fukuoka (Fukuoka Women’s University), localizada na cidade de Fukuoka, anunciou que começará a aceitar estudantes transgênero que, mesmo com registro civil masculino, se identificam como mulheres. A mudança entrará em vigor no ano acadêmico de 2030 (ano fiscal japonês de Reiwa 11).

A universidade, que exige que os estudantes morem em um dormitório no campus durante o primeiro ano, informou que vai adaptar quartos individuais em um prédio próximo para acolher as novas alunas trans. A decisão foi tomada após anos de discussão, iniciadas em abril de 2022, com a participação de especialistas externos e debates com os estudantes.

Desde 2011, a universidade adota o regime de residência obrigatória como parte de sua formação internacional, onde estudantes japonesas e estrangeiras dividem apartamentos em estilo 4LDK (com quatro quartos individuais, sala, cozinha e banheiro).

Com a decisão, a universidade responde a preocupações de estudantes sobre a convivência nos dormitórios. “Estamos explicando claramente a política de oferecer quartos individuais para garantir um ambiente seguro e confortável para todas”, disse um porta-voz da instituição.

Além disso, a universidade está avaliando outras medidas de inclusão, como a adequação dos banheiros dentro do campus. As diretrizes oficiais de admissão e o processo de seleção para candidatas transgênero serão divulgados no outono de 2026.

Um representante da universidade destacou a importância de ouvir tanto a vontade da estudante quanto as opiniões de especialistas e alunos atuais para garantir um ambiente respeitoso. “Esse processo deve ser conduzido com sensibilidade e escuta”, afirmou.

A Universidade Feminina de Fukuoka foi fundada em 1923 como a primeira escola pública feminina de ensino superior no Japão. Em comunicado, o reitor Tsuyoshi Mukai declarou: “Ao completar 100 anos, é hora de abrir as portas do aprendizado de forma igual para todas as mulheres, reconhecendo a diversidade de identidades de gênero.”