Grupo de mulheres é afastado do tradicional Festival Tenjin Matsuri em Osaka e vai à Justiça

Após serem excluídas do desfile por distribuírem panfletos sem autorização, 36 participantes pedem à Justiça o direito de voltar ao evento

Um grupo de 36 mulheres, incluindo mães e crianças, entrou com um pedido de medida judicial no Tribunal Distrital de Osaka para garantir sua participação no tradicional festival Tenjin Matsuri, que acontece nos dias 24 e 25 de julho. O grupo afirma ter sido excluído de forma unilateral pelo maior dos organizadores do evento, o “Tenjin Kō Shishi”.

O Tenjin Matsuri é um dos três maiores festivais do Japão e atrai cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano. Um dos destaques é o “rikutogyo” (desfile por terra) e o “funatogyo” (desfile de barcos), organizados por 24 grupos de apoio chamados “kō”.

O conflito começou quando o grupo “Tenjin Kō Shishi”, responsável pela tradicional dança do leão, notificou em 20 de junho a expulsão de 8 mulheres e a suspensão de cerca de 70 participantes (incluindo crianças) do desfile. A justificativa foi a distribuição não autorizada de panfletos em escolas sobre uma oficina de dança com guarda-chuvas, promovida pela NPO “Tsubomi no Kai”, da qual todas as mulheres também fazem parte.

Segundo o grupo organizador, os panfletos teriam causado a falsa impressão de que participar da oficina garantiria vaga no festival, o que teria gerado confusão entre os pais. Eles também acusam a NPO de repetir esse comportamento por três anos seguidos.

Como condição para reverter a suspensão, o “Tenjin Kō Shishi” exigiu que os participantes saíssem da NPO e deixassem de usar a cor laranja, associada à organização. As mulheres, no entanto, alegam que isso é um tipo de pressão abusiva e acusam os organizadores de usarem a participação no festival como uma “prova de lealdade”.

“O festival é para todos, inclusive para as crianças que só querem dançar”, disse uma das líderes do grupo.

Diante da polêmica e da repercussão, o “Tenjin Kō Shishi” informou que irá cancelar temporariamente a suspensão, mas manteve a expulsão das 8 mulheres. O grupo alega que a NPO atua como um “grupo paralelo” dentro da organização oficial e dificulta a coordenação do evento.