Pesquisa com 500 passageiros mostra que 91,6% sentem irritação no trem; ficar parado na porta e falar alto lideram a lista de incômodos.
Viajar de trem durante o horário de pico no Japão é uma experiência que muitos descrevem como inevitavelmente estressante. Um levantamento realizado pelo Biz Hits Career Blog com 500 passageiros, de 20 a 60 anos ou mais, revelou que 91,6% já sentiram irritação durante o deslocamento, especialmente entre 8h e 9h da manhã, o horário mais movimentado.
Embora a lotação seja um fator de estresse, a pesquisa mostra que a falta de etiqueta e consideração dos outros passageiros é a principal fonte de incômodo. O estudo, que também contou com análise do psiquiatra Takatoshi Hirayama, listou os comportamentos que mais irritam durante o trajeto.

O ranking dos comportamentos mais irritantes no trem
Segundo os entrevistados, os oito comportamentos que mais incomodam os passageiros são:
- Não se mover dentro do trem (18%) – Pessoas que ficam paradas na porta ou no corredor, atrapalhando o fluxo de entrada e saída, são vistas como egoístas.
- Falar alto (15,6%) – Conversas em grupo ou chamadas no viva-voz atrapalham quem tenta descansar ou se concentrar no trajeto.
- Não ceder espaço para sentar (14,6%) – Inclui “manspreading”, colocar bolsas no assento ou criar espaços inúteis em bancos coletivos.
- Vazamento de som de fones de ouvido (12,4%) – Obriga os demais a ouvir músicas ou sons de jogos que não querem escutar.
- Bolsas e mochilas atrapalhando (11,8%) – Especialmente mochilas nas costas em vagões cheios, que batem em outros passageiros.
- Cheiros fortes (8,2%) – Perfumes, amaciantes e odores corporais podem causar náusea e dores de cabeça.
- Forçar entrada em trens lotados (8,2%) – Tentar embarcar a qualquer custo atrasa partidas e causa desconforto.
- Não respeitar etiqueta ao tossir ou espirrar (4,8%) – Além do risco à saúde, gera incômodo em ambientes fechados.

Como os passageiros lidam com a irritação?
Apesar da alta frequência de incômodos, a reação da maioria é evitar confrontos diretos.
- 58,2% preferem simplesmente “aguentar” e desabafar depois com amigos, colegas ou familiares.
- 24,4% tentam mudar de vagão ou se afastar do incômodo.
- 9% usam olhares ou expressões para demonstrar desagrado.
- 7% empurram de volta discretamente em situações de aperto.
- 3,8% colocam fones de ouvido para se isolar do ambiente.
Hirayama observa que o ambiente lotado reduz o limiar de paciência e recomenda focar em estratégias de autocontrole: observar a paisagem, ouvir música em volume baixo ou simplesmente reduzir as expectativas sobre o comportamento alheio.
Etiqueta e empatia são essenciais
O estudo reforça que, em trens lotados, pequenos gestos de desatenção viram grandes fontes de estresse. Mesmo ações aparentemente inofensivas, como ouvir música ou manter a mochila nas costas, podem irritar outros passageiros.

No Japão, onde os trens transportam milhões de pessoas diariamente, manter empatia e etiqueta não é apenas cortesia, mas uma necessidade para a convivência em espaços públicos.
Com informações de Biz Hits Career blog, PR Times via SoraNews