Após vitória em campeonato de beisebol, colégio sofre novos ataques online e autoridades tomam medidas legais
Os governos da prefeitura e da cidade de Kyoto solicitaram formalmente a remoção de três postagens online com conteúdo discriminatório contra uma escola com raízes coreanas que está participando de um dos campeonatos de beisebol mais prestigiados do Japão.
A medida, anunciada nesta sexta-feira (15), foi tomada com base na lei japonesa contra discurso de ódio, e direcionada ao Departamento de Assuntos Legais do Distrito de Kyoto, além de empresas provedoras de internet. Segundo as autoridades, as mensagens não podem ser ignoradas por violarem os direitos humanos.
Essa não é a primeira vez que o Colégio Internacional de Kyoto enfrenta esse tipo de situação. Em 2024, após conquistar pela primeira vez um importante campeonato nacional de beisebol, a escola foi alvo de comentários racistas nas redes sociais, muitos deles criticando o uso do hino escolar em língua coreana.
A escola foi fundada em 1947 como uma instituição voltada para crianças coreanas no Japão, mas desde 2004 atua como colégio de ensino fundamental e médio voltado ao público em geral.
Durante o atual campeonato, realizado no tradicional Estádio Koshien, as autoridades aumentaram o monitoramento das redes sociais desde o início de agosto. Segundo a prefeitura, mais de 2.000 postagens relacionadas à escola foram encontradas, especialmente na rede social X (antigo Twitter).
Após a vitória da escola no jogo da primeira fase, ocorrido na última quarta-feira (13), foram identificadas novas mensagens com conteúdo que incita a discriminação e o isolamento da instituição e seus alunos.
“Esperamos que esse tipo de postagem aumente durante o campeonato, por isso manteremos o monitoramento rigoroso”, afirmou um representante do governo da prefeitura.
O campeonato nacional de beisebol do ensino médio, realizado anualmente, é um dos eventos esportivos mais populares do Japão, com ampla cobertura da mídia e grande repercussão nas redes sociais. A presença de escolas com raízes estrangeiras, como a Kyoto International, tem trazido à tona discussões sobre diversidade e preconceito no país.
