Presidente de Angola e primeiro-ministro japonês copresidem conferência em Yokohama e defendem multilateralismo, paz e desenvolvimento tecnológico.
A cidade de Yokohama, no Japão, recebe esta semana a 9ª edição da Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD), evento que reúne líderes de mais de 50 países africanos para debater soluções conjuntas para os desafios do continente.
Na cerimônia de abertura, o presidente de Angola e atual líder da União Africana, João Lourenço, fez um apelo por crescimento econômico baseado na cooperação mútua. Ele destacou que a África enfrenta obstáculos em áreas como saúde, educação, segurança alimentar, energia e infraestrutura, e que é urgente retomar o crescimento para atender às necessidades básicas da população.
“Vivemos em interdependência”, afirmou Lourenço. “A chance de superarmos os desafios globais aumenta com o multilateralismo e o espírito de assistência mútua”.

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, copresidente da conferência, declarou que soluções vindas da África podem salvar a comunidade internacional, incluindo o Japão. Ele propôs treinamento em inteligência artificial e outras áreas tecnológicas para jovens africanos.
“Queremos criar soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela África e pelo mundo”, disse Ishiba.
Além disso, o Japão propôs a criação de uma zona econômica comum entre o oceano Índico e a África, com foco em comércio livre, conectividade regional e desenvolvimento sustentável.
A TICAD também aborda temas como prevenção de conflitos, primado do direito e estabilidade regional. O Japão se comprometeu a oferecer projetos de desenvolvimento transparentes, em contraste com iniciativas de países como China e Rússia, que também disputam influência no continente.
Na sexta-feira, será divulgada a Declaração de Yokohama, documento que sintetiza os compromissos firmados durante o evento. Ishiba Shigeru também realizará diálogos individuais com líderes de mais de 30 nações africanas, fortalecendo os laços diplomáticos e econômicos.