TICAD 9 encerra com pacto entre Japão e África para cooperação em economia, sociedade e estabilidade

Declaração de Yokohama reforça multilateralismo, desenvolvimento sustentável e formação de 30 mil profissionais africanos em inteligência artificial.

A 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD 9) chegou ao fim nesta sexta-feira, 22 de agosto, em Yokohama, com a adoção da Declaração de Yokohama, documento que estabelece diretrizes para a cooperação entre o Japão e 49 países africanos nos próximos anos.

Parceria estratégica para os próximos 30 anos:

Em seu discurso de encerramento, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba afirmou que a conferência representa uma virada estratégica nas relações entre Japão e África:

“Esta se tornou uma oportunidade decisiva para definir a parceria entre Japão e África para os próximos 30 anos”.

Ishiba destacou o potencial africano em população, recursos naturais e capital humano, e defendeu que soluções conjuntas para os desafios do continente beneficiarão também o Japão.

Primeiro-ministro Shigeru Ishiba na cerimônia de encerramento da Conferência Internacional de Tóquio sobre Desenvolvimento Africano, em Yokohama, em 22 de agosto (Imagem via Asahi)

Principais pontos da Declaração de Yokohama:

A declaração conjunta aborda três pilares: economia, sociedade e paz e estabilidade:

Economia:

  • Apoio à Zona de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA)
  • Criação de um comitê tripartite (governo, indústria e academia) para apoiar a integração regional
  • Fortalecimento dos sistemas agrícolas para combater a insegurança alimentar
  • Garantia de fornecimento estável de minerais essenciais
  • Proposta de uma zona econômica entre o Oceano Índico e a África para facilitar a entrada de empresas japonesas

Sociedade:

  • Cooperação em saúde pública, incluindo prevenção de pandemias e combate a doenças infecciosas
  • Formação de 30 mil profissionais africanos em inteligência artificial nos próximos três anos
  • Estímulo a intercâmbios juvenis e apoio a startups lideradas por jovens africanos
  • Investimentos em infraestrutura de transporte e logística
  • Melhoria na previsão e preparação para desastres naturais

Paz e estabilidade:

  • Defesa da boa governança, democracia e Estado de Direito como pilares do desenvolvimento sustentável
  • Compromisso com a promoção da paz e estabilidade regional

A declaração também alerta para o enfraquecimento do multilateralismo e a queda na assistência oficial ao desenvolvimento, especialmente na área da saúde.

Com informações via NHK World e Asahi Shimbun