Japão e EUA avançam em acordo comercial bilionário enquanto mercados asiáticos sobem em meio à tensão com o Fed

Tóquio pressiona por redução de tarifas e aceleração do pacto com Washington; investidores aguardam corte de juros nos EUA em setembro.

O governo japonês está considerando redigir um documento oficial para o acordo comercial com os Estados Unidos, após sinalizações de que Washington também deseja formalizar o anúncio. A expectativa é que o pacto, que inclui um investimento de US$ 550 bilhões nos EUA, seja divulgado ainda esta semana, segundo o secretário de Comércio americano Howard Lutnick.

O Japão espera que os EUA reduzam rapidamente as tarifas sobre automóveis e outros produtos, e tem solicitado uma ordem executiva para acelerar esse processo. O ministro da Revitalização Econômica, Akazawa Ryosei, afirmou que o Japão está disposto a implementar o acordo o quanto antes, inclusive com a possibilidade de visitar Washington para alinhar os detalhes.

Mercados asiáticos sobem com expectativa sobre juros:

Enquanto isso, os mercados asiáticos registraram ganhos modestos na quarta-feira (27), impulsionados por expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed). O índice Nikkei 225 do Japão subiu 0,3%, para 42.522,97 pontos, e o Kospi de Seul avançou ligeiramente para 3.181,31. Outros mercados como Hong Kong, Xangai, Taiwan e Bangkok também fecharam em alta.

Nos EUA, o S&P 500 subiu 0,4%, o Dow Jones 0,3% e o Nasdaq 0,4%, com destaque para a Boeing, que ganhou 3,5% após fechar um acordo de US$ 50 bilhões com a Korean Air, e a EchoStar, que disparou 70,2% após anúncio de compra de licenças pela AT&T.

Tensão entre Trump e o Fed

Apesar dos ganhos, os mercados estão atentos à disputa entre o presidente Donald Trump e o Fed. Trump anunciou que demitiria a governadora Lisa Cook, o que gerou reação jurídica. Ele também ameaçou demitir o presidente Jerome Powell, criticando a postura cautelosa do banco central.

*Fachada da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em Wall Street, na cidade de Nova York, EUA, em 7 de abril de 2025. (Imagem: REUTERS)*

O Fed mantém os juros estáveis desde o fim de 2024, após controlar a inflação com aumentos sucessivos. Agora, com tarifas imprevisíveis reacendendo preocupações inflacionárias, o banco hesita em cortar os juros, mesmo com 87% dos investidores apostando em uma redução de 0,25 ponto percentual em setembro, segundo o CME Group.