Governo japonês avalia revisão de projeto da JICA após boatos sobre imigração gerarem protestos em cidades parceiras africanas

Programa “JICA Africa Hometown” sofre resistência após desinformação nas redes sociais; Ministério das Relações Exteriores considera renomear ou encerrar iniciativa.

O Ministério das Relações Exteriores do Japão anunciou que está reavaliando o projeto “JICA Africa Hometown”, após uma onda de desinformação nas redes sociais provocar protestos e resistência em quatro cidades japonesas envolvidas na iniciativa.

O programa, lançado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), tem como objetivo promover intercâmbio internacional entre municípios japoneses e países africanos.

As cidades designadas são:

  • Kisarazu (Chiba) com Nigéria
  • Imabari (Ehime) com Moçambique
  • Sanjo (Niigata) com Gana
  • Nagai (Yamagata) com Tanzânia

Boatos e reações públicas

Desde o anúncio oficial em agosto, durante a 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD 9), circularam boatos falsos como:

  • “As cidades japonesas serão entregues a países africanos”
  • “Haverá grande fluxo de imigrantes”
  • “O Japão criará vistos especiais para africanos viverem e trabalharem no país”

Apesar de desmentidos oficiais, os municípios continuam recebendo reclamações e ataques, incluindo um caso de pixação com a frase “No immigrants” dentro de uma repartição pública.

Governo considera mudanças:

Em coletiva no dia 16 de setembro, o ministro Takeshi Iwaya declarou:

“Devemos chegar a uma conclusão sobre o futuro do projeto o quanto antes. Como os governos locais estão sendo prejudicados, precisamos responder com sinceridade.”

Entre as opções avaliadas estão:

  • Mudança de nome do projeto, para evitar interpretações equivocadas
  • Encerramento completo da iniciativa, caso não haja consenso com os municípios

Um representante de uma das cidades envolvidas afirmou:

“O termo ‘hometown’ causou confusão. Precisamos discutir com o governo nacional se o projeto pode continuar.”

Segundo o governo, o projeto não promove imigração, mas sim intercâmbios pontuais, como estágios de curta duração com retorno garantido ao país de origem. A JICA também está em contato com veículos de imprensa africanos que publicaram informações incorretas, como o caso do jornal The Tanzania Times, que afirmou erroneamente que Nagai seria “dedicada” à Tanzânia.

Com informações via JICA e Mainichi Shimbun